quarta-feira, 6 de julho de 2016

FOZ DO IGUAÇU A CIDADE TURÍSTICA



FOZ DO IGUAÇU A CIDADE TURÍSTICA
...após a FRENTONA...

Artigo: Movimento Revolucionário.


Tomé subia a avenida JK, em Foz do Iguaçu, na altura do Corpo de Bombeiros quando um jovem, de mais ou menos 23 anos, lhe perguntou:

- Têm um cigarro?

O ‘jovem velho’, parecia uma Cátaro (na forma corporal) dos tempos das primeiras inquisições da Santa Igreja, a que foi chamada, a investigar casos de pessoas que estavam pervertendo o sistema feudal e moral da época e estavam sendo julgadas e sentenciadas à morte pelos populares. Pois bem, o sujeito era pele e osso. A voz fraca, como é tênue a luz do sol no inverno rigoroso. Conseguiu expressar-se com muita dificuldade, toda a sentença parecia mais um chamamento: Oh, oh, oh, / ei, ei, ei.

Em fração de segundos Tomé percebeu que se tratava de uma alma enferma, que a propósito, ou não, estava sentado em frente a uma entrada, onde moram alguns Franciscanos, que fizeram o “Voto de Pobreza”. Estaria no lugar certo se procurasse alimento para a alma e no lugar errado se procurasse alimento para o físico. Mas parecia que não procurava nenhum dos dois. O local em que estava era o “ponto” de circulação de usuários de drogas, quando o sol se põe.

- Tenho, disse Tomé. E lhe deu um maço de cigarros Marlboro Gold que tinha alguns cigarros. Com rapidez tirou um do maço e disse com sofreguidão:

- Tem brasa!

- Tenho, disse Tomé, e lhe emprestou o isqueiro.

Enquanto ele acendia o cigarro, permaneceu sentado, Tomé observou que à sua frente tinham três latinhas: uma verde, uma vermelha e outra amarela: Coca, Guaraná e Skol. A cor deve ter sido considerada na confecção do produto. As latinhas, como matérias primas, haviam sido transformadas em uma espécie de cachimbo de crack! E estavam à venda, para usuários.

Devolveu o isqueiro e Tomé seguiu para o trabalho, eram quase 12 h e Tomé ia substituir outro vigia, no edifício onde trabalhava. O pobre Cátaro do século XXI, na infeliz cidade estatista do extremo Oeste do Brasil, não tinha ânimo para dizer mais nada! Apenas sorvia longas tragadas.

Tomé havia notado, as curtas e sofridas palavras do ‘Cátaro’. E entre as duas sentenças, e depois, o silêncio. O ‘Cátaro’ notou que Tomé havia observado todos estes sinais e, os ‘seus produtos à venda’, e, que de alguma forma, ele, o Cátaro, alma, havia mostrado algo a Tomé, algo, além da imaginação mundana, ironicamente vulgar, onde o que se está em jogo para ele, o ‘Cátaro’, não é a morte transitória, mas, o sentido da vida, daquela vida, quando se perde a fé, em uma sociedade sem Deus.


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