terça-feira, 26 de julho de 2016

MUSEU DE FOZ DO IGUAÇU



MUSEU DE FOZ DO IGUAÇU

Palestra proferida, no Chefe Lopes, por Cazuza.

Ontem 25 (julho/2016) estive em uma reunião para apresentação de um projeto de um Museu da Cidade. Uma ideia de resgate da história de desenvolvimento econômico da cidade, ou seja, como a cidade passou de uma loja para cem lojas. De um bairro central para centenas de bairros. Isso na minha visão. O que chamou a atenção na palestra do Cazuza é quando ele fala sobre a SOCIEDADE CIVIL, referindo-se ao apoio desta, para manutenção do Museu.

Acredito que a sociedade de antes de Itaipu, dos fundadores da cidade acumulou riquezas em terrenos que foram doados a estas pessoas, pela própria ousadia humana de ocupação de uma região de mata virgem. Bem mais tarde... com a vinda de Itaipu (usina construída pelos senhores de farda) começaram a acontecer grandes negócios de terra e foi injetado muito dinheiro na cidade. Osíris Santos foi o último registro deste fenômeno de fundação e até seus últimos dias, ainda vendia terrenos a preços cabíveis no bolso de uma pessoa normal, que trabalha e ganha salário.

Osíris fez o seu papel. E assim todos os outros o fizeram para mais ou para menos. O Estado (*) fez o seu trabalho gerando riquezas na cidade. Um segundo Estado, aquele das “fronteiras”, propiciou, grandes negócios com a passagem de mercadorias para o Paraguai e Argentina. Um terceiro Estado, foi conivente com o contrabando da China. E esta é a situação final. Agora, os três Estados se juntam em um só e no arrastão, puxam o que deveria ser a SOCIEDADE CIVIL, isso, para aumentar o próprio poder do Estado e todos os investimentos são do Estado para o Estado. Por isso minha preferência, minha simpatia, pela, quase extinta, SOCIEDADE CIVIL. Bem, extinta, do ponto de vista de sua prejudicada ação política, pois que não é representada em partido político algum e isso, logo se verá quando da interferência do Estado nos negócios privados.

Creio que tanto a antiga sociedade civil, dos fundadores, quanto o Estado, pensem que tenham feito tudo o que foi possível fazer e agora, seus descendentes, que ocupam os postos principais de comando da cidade, estão em estado de letargia e transformação de si mesmos: dos próprios interesses e do interesse, daquilo que se transformou em corporação: o Estado. Isso, está transformação para pior pois que tem o <<germe>> intervencionista, é demonstrado pelas desocupações, como o Prédio da Santa Casa (no âmbito popular), o prédio do Lembrasul, o Prédio da Caixa Econômica, o Prédio do Max (provavelmente Macro) ao lado do Muffato do Morumbi; o prédio onde estava as secretarias da Prefeitura etc. Ou seja um a Detroit brasileira! Com a diferença de que os prédios (galpões) de Detroit, foram construídos para produção de veículos em linha de montagem e todo o galpão possui desníveis, buracos, trilhos em cima e em baixo etc., e desativar isso não vale a pena, então, abandonaram. Afinal, aquilo já se pagou há muitas décadas e as indústrias instaladas ali, já se juntaram a outras, o único prejuízo ficou por conta das pessoas que continuaram em Detroit, uma cidade que tem que crescer ‘de novo’.

Talvez Foz do Iguaçu se encontre neste estágio, de ter que crescer ‘de novo’ e desta vez com a experiência do passado, uma experiência de ‘arrastão’. Isso precisa ser revertido, ainda, na rede, antes que se caia na panela de frituras. E é neste sentido que vejo a SOCIEDADE CIVIL, como a única possibilidade de isso acontecer de forma que seja favorável às pessoas que aqui vivem. Desta forma, isso só pode ter algum futuro, se o que for feito aqui, servir de exemplo a outras cidades iguais. No entanto, cada uma (cidade) deve preservar suas características principais, por exemplo, o verão de Foz, deve ser considerado. O Turismo da cidade também deve ser considerado. A ingerência do Estado de fora, deve ser ponderada. Desta forma se diferencia uma cidade de outra, mas não, no fator humano e as necessidades de existência, segura e esperançosa.

2ª. Parte

Nas declarações de Cazuza ele admite a dificuldade da participação da SOCIEDADE CIVIL, devido aos encargos (interrompe aqui). Agora, eu: tributários que sugam muito mais do que poderiam, em termos de fazerem o papel que lhes cabe, desta forma, agindo assim, o Estado se sobrepõe a qualquer pretensão de iniciativa da própria sociedade e isso, é uma anomalia (de governo e desta sociedade não civil) que pode levar a um Estado totalitário, de controle absoluto da vida das pessoas. O que naturalmente inviabiliza as ações de uma SOCIEDADE CIVIL. Pois que no momento em que a SOCIEDADE CIVIL se constitui sob os auspícios do Estado, deixa de ser CIVIL e passa a ser mais um órgão do Estado e evidentemente isso tem um custo, que não pode ser pago pelo Estado, enquanto órgão arrecadador (e gastador das matérias primas), caso em que terá que arrecadar mais, entretanto, se a SOCIEDADE CIVIL tem o propósito de libertar-se e dar a liberdade ao Estado, obviamente não pode tê-lo em seus planos econômicos, quando deixaria de ser SOCIEDADE CIVIL.

Precisamente, todo o problema brasileiro está na <<dependência daquilo que não é>> SOCIEDADE CIVIL, ao Estado. Ou seja, para discutir questões de trabalho, na iniciativa privada, o Estado tem os seus Sindicatos (de ambos os lados), isso é intervenção. Ao mesmo tempo não discute a questão do ‘trabalho’ no Estado e do trabalho na iniciativa privada. Não se discute a diferença de um e de outro e as vantagens mirabolantes de ser funcionário público em relação à iniciativa privada. E muito menos se discute o porquê, de tamanha diferença e ainda o porquê de se aumentar mais os privilégios do Estado do que aquilo que deveria ser humanamente justo aos cidadãos, que trabalham. Veja que depois deste estágio dos cidadãos que trabalham: na iniciativa privada e no estado, ainda existem outros estágios, como o dos cidadãos que não trabalham, ou vivem de “bicos”. Isso ficou claro em Foz do Iguaçu, com o volume de muambeiros e um altíssimo índice de assassinatos de jovens na cidade, chegando a superar proporcionalmente, a cidade sede no narcotráfico:> Rio de Janeiro.

Outro exemplo gritante em Foz do Iguaçu é a interferência do Estado na educação contando com <<monopólios>> e <<grupos escolhidos de simpatizantes>> de um projeto político desconhecido à Nação (original) e que vai de encontro à própria constituição, mesmo aquela de 88, que por si, foi um desastre, por simples incompetência por um lado, e tentativa de golpe constitucional a longo prazo, de outro. Outro exemplo que extrapola a própria cidade é a interferência do Estado em várias regiões do estado do Paraná sob o pressuposto de um projeto da ONU (O Estado Nacional). Evidente que isso, está <<ação>>, sob os auspícios ‘morais’, da ONU, muda radicalmente o eixo de desenvolvimento regional, de cada município, pois que a <<interferência>> vem de fora, pronta e acabada e simplesmente impõe leis, que alteram o desenvolvimento regional. Um <<pequeno exemplo>> disso, pode ser a lei aprovada na câmara municipal de Foz que <<reserva lugares em restaurantes para deficientes>>. Isso no mínimo é um nonsense! Algo que nunca ocorreu! Qualquer pessoa que chegue a um restaurante é muito bem atendida. Há casos, raros, em que o proprietário do restaurante, improvisa mesas rapidamente e tudo isso para atender bem. Logo, essa é uma lei de exceção, que visa penalizar o proprietário. E como estas leis, existem centenas de outras..., ocultas..., pois ninguém tem a capacidade de acompanha-las, tal o volume de leis e isso, nada mais é, que uma nuvem escura que cobre as cidades brasileiras, como prenúncio de temporal. E de onde vem isso. Ora, da ONU! Das organizações comunistas centradas no Foro de s. Paulo, da CELAC, e são distribuídas nos Partidos e Sindicatos inviabilizando a SOCIEDADE CIVIL e enaltecendo um novo Reich! Também conhecido como << establishment >> político.

3ª. Parte

A terceira parte não poderei fazê-la agora. Pois que estou saindo para o trabalho. Mas posso adiantar algo: O Senhor Paulo Mac Donald, deixou uma dívida para o senhor Reni Pereira. Todos sabem disso, e sabem também, que nada mais se falou a respeito, para não macular mais ainda a imagem do senhor Paulo. De outra forma apareceu uma nova dívida (no cenário geral), a dívida do SUS com o Costa Cavalcante (Itaipu). Agora, nestes dias, o laboratório (terceirizado) fechou as portas. E um grupo de simpatizantes da Itaipu, pelo viés da [Uni]América, e quem vai comandar o laboratório. Ou seja, uma privatização do Estado com o Estado. Mais uma vez o Estado inviabilizando a iniciativa privada com recursos que a própria iniciativa privada dá ao Estado pelo viés dos impostos pagos por todos.
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(*) - O Estado, no texto, é genérico e se assemelha aos ‘manifestos comunistas’ e isso é um pecado. Por isso vou remediar em parte, esta situação. No caso de Foz, para efeito de futuras pesquisas, às quais, por motivo de trabalho e estudo (seminário de filosofia e teologia), não posso me dar ao luxo..., - no caso de foz, tu podes dividi-lo, o Estado, considerando tudo o que este termo Estado abrange, em quatro estágios:

O Primeiro Estado em Foz é o momento <<posterior à sua fundação>>, falamos do século XX, quando não existia a Ponte da Amizade e tão pouco a cidade com forma de cidade, exceto por uma ou, outra rua. O primeiro Estado de Foz é o momento de organização geográfica, localização e distribuição de terras aos fundadores, que chegavam. A cidade estava sob o controle do Exército. Era área de segurança nacional. O mundo vivia um clima de guerra mundial.
O segundo estado vem após o fim das guerras e a abertura da ponte da Amizade (década de 60). E início da construção da Usina Hidroelétrica de Itaipu. A Santa Casa seria fundada em 1967, com o apoio da Igreja Católica Apostólica Romana. Começam a acontecer negócios importantes entre Brasil e Paraguai. Isso mobiliza o comércio madeireiro, o comércio do café, comércio de máquinas para o Paraguai, e cria-se, pela ação dos negócios, uma classe de negociantes inter-regionais. Isso acende os interesses do governo estadual. Há um aquecimento econômico na região. O fenômeno destes negócios, tanto do café como da madeira, em épocas não coincidentes, aconteceram por conta de situações não regulares, lícitas, mas o contrário, ora para o Brasil, ora para o Paraguai. Isso criaria uma classe de políticos, que enxergariam na política uma forma de enriquecimento.
O terceiro estado, para Foz do Iguaçu acontece já no fim do Regime militar - do país - e as mercadorias de China. Já sob o governo de Fernando Henrique Cardoso e Jaime Lerner no PR., que cria um pedágio mais caro do país, criando <<uma ‘cisma’ capitalista>>, quando o Estado se alia à iniciativa privada para obter vantagens, na contramão dos interesses do povo. Os bancos de estado entram em colapso, pela ação de políticos. Com a vitória de Lula cria-se uma frente política em Foz para derrubada do PMDB, deslocando o poder do Estado (do governo do estado) para a Federação. O Estado (o governo federal, pelo viés da estatal Itaipu) vai assumindo a vida política da cidade. O próximo passo será a aprovação da terceirização (no sentido de utilização da iniciativa privada – empresas criadas do dia para a noite - como um braço do Estado e vice-versa), e a empresa mista, que visa associar empresas privadas ao Estado.
No quarto Estado de Foz, o comércio da China entra em queda brusca. A prioridade é o Turismo que traz uma grande quantidade de visitantes às Cataratas e à Usina de Itaipu (milhões de visitantes ao ano e nunca fazem relação com o valor, o volume em recursos), entretanto, o recurso trazido com o turismo, é enviado ao governo federal. O quarto estado é uma síntese entre os dois primeiros estados, onde havia pouca ou nenhuma interferência política com o terceiro onde acontece uma grande interferência política que nunca mais cessará e continuará num crescendo até os dias de hoje, em processo permanente de estatização. A síntese acontece com a conivência da Sociedade Civil com os interesses políticos não mais da cidade, mas, internacionais.
 


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