MUSEU DE FOZ DO IGUAÇU
Palestra proferida, no Chefe
Lopes, por Cazuza.
Ontem 25 (julho/2016) estive
em uma reunião para apresentação de um projeto de um Museu da Cidade. Uma ideia
de resgate da história de desenvolvimento econômico da cidade, ou seja, como a
cidade passou de uma loja para cem lojas. De um bairro central para centenas de
bairros. Isso na minha visão. O que chamou a atenção na palestra do Cazuza é
quando ele fala sobre a SOCIEDADE CIVIL, referindo-se ao apoio desta, para
manutenção do Museu.
Acredito que a sociedade de
antes de Itaipu, dos fundadores da cidade acumulou riquezas em terrenos que
foram doados a estas pessoas, pela própria ousadia humana de ocupação de uma
região de mata virgem. Bem mais tarde... com a vinda de Itaipu (usina
construída pelos senhores de farda) começaram a acontecer grandes negócios de
terra e foi injetado muito dinheiro na cidade. Osíris Santos foi o último
registro deste fenômeno de fundação e até seus últimos dias, ainda vendia
terrenos a preços cabíveis no bolso de uma pessoa normal, que trabalha e ganha
salário.
Osíris fez o seu papel. E
assim todos os outros o fizeram para mais ou para menos. O Estado (*) fez o seu
trabalho gerando riquezas na cidade. Um segundo Estado, aquele das “fronteiras”,
propiciou, grandes negócios com a passagem de mercadorias para o Paraguai e
Argentina. Um terceiro Estado, foi conivente com o contrabando da China. E esta
é a situação final. Agora, os três Estados se juntam em um só e no arrastão,
puxam o que deveria ser a SOCIEDADE CIVIL, isso, para aumentar o próprio poder
do Estado e todos os investimentos são do Estado para o Estado. Por isso minha
preferência, minha simpatia, pela, quase extinta, SOCIEDADE CIVIL. Bem,
extinta, do ponto de vista de sua prejudicada ação política, pois que não é
representada em partido político algum e isso, logo se verá quando da interferência
do Estado nos negócios privados.
Creio que tanto a antiga
sociedade civil, dos fundadores, quanto o Estado, pensem que tenham feito tudo
o que foi possível fazer e agora, seus descendentes, que ocupam os postos
principais de comando da cidade, estão em estado de letargia e transformação de
si mesmos: dos próprios interesses e do interesse, daquilo que se transformou
em corporação: o Estado. Isso, está transformação para pior pois que tem o
<<germe>> intervencionista, é demonstrado pelas desocupações, como
o Prédio da Santa Casa (no âmbito popular), o prédio do Lembrasul, o Prédio da
Caixa Econômica, o Prédio do Max (provavelmente Macro) ao lado do Muffato do
Morumbi; o prédio onde estava as secretarias da Prefeitura etc. Ou seja um a
Detroit brasileira! Com a diferença de que os prédios (galpões) de Detroit,
foram construídos para produção de veículos em linha de montagem e todo o
galpão possui desníveis, buracos, trilhos em cima e em baixo etc., e desativar
isso não vale a pena, então, abandonaram. Afinal, aquilo já se pagou há muitas
décadas e as indústrias instaladas ali, já se juntaram a outras, o único
prejuízo ficou por conta das pessoas que continuaram em Detroit, uma cidade que
tem que crescer ‘de novo’.
Talvez Foz do Iguaçu se
encontre neste estágio, de ter que crescer ‘de novo’ e desta vez com a
experiência do passado, uma experiência de ‘arrastão’. Isso precisa ser
revertido, ainda, na rede, antes que se caia na panela de frituras. E é neste
sentido que vejo a SOCIEDADE CIVIL, como a única possibilidade de isso
acontecer de forma que seja favorável às pessoas que aqui vivem. Desta forma,
isso só pode ter algum futuro, se o que for feito aqui, servir de exemplo a
outras cidades iguais. No entanto, cada uma (cidade) deve preservar suas
características principais, por exemplo, o verão de Foz, deve ser considerado.
O Turismo da cidade também deve ser considerado. A ingerência do Estado de
fora, deve ser ponderada. Desta forma se diferencia uma cidade de outra, mas
não, no fator humano e as necessidades de existência, segura e esperançosa.
2ª. Parte
Nas declarações de Cazuza ele
admite a dificuldade da participação da SOCIEDADE CIVIL, devido aos encargos
(interrompe aqui). Agora, eu: tributários que sugam muito mais do que poderiam,
em termos de fazerem o papel que lhes cabe, desta forma, agindo assim, o Estado
se sobrepõe a qualquer pretensão de iniciativa da própria sociedade e isso, é
uma anomalia (de governo e desta sociedade não civil) que pode levar a um
Estado totalitário, de controle absoluto da vida das pessoas. O que
naturalmente inviabiliza as ações de uma SOCIEDADE CIVIL. Pois que no momento
em que a SOCIEDADE CIVIL se constitui sob os auspícios do Estado, deixa de ser
CIVIL e passa a ser mais um órgão do Estado e evidentemente isso tem um custo,
que não pode ser pago pelo Estado, enquanto órgão arrecadador (e gastador das
matérias primas), caso em que terá que arrecadar mais, entretanto, se a
SOCIEDADE CIVIL tem o propósito de libertar-se e dar a liberdade ao Estado,
obviamente não pode tê-lo em seus planos econômicos, quando deixaria de ser
SOCIEDADE CIVIL.
Precisamente, todo o problema
brasileiro está na <<dependência daquilo que não é>> SOCIEDADE
CIVIL, ao Estado. Ou seja, para discutir questões de trabalho, na iniciativa privada, o Estado tem os seus
Sindicatos (de ambos os lados), isso é intervenção. Ao mesmo tempo não discute
a questão do ‘trabalho’ no Estado e do trabalho na iniciativa privada. Não se
discute a diferença de um e de outro e as vantagens mirabolantes de ser
funcionário público em relação à iniciativa privada. E muito menos se discute o
porquê, de tamanha diferença e ainda o porquê de se aumentar mais os privilégios
do Estado do que aquilo que deveria ser humanamente justo aos cidadãos, que
trabalham. Veja que depois deste estágio dos cidadãos que trabalham: na
iniciativa privada e no estado, ainda existem outros estágios, como o dos
cidadãos que não trabalham, ou vivem de “bicos”. Isso ficou claro em Foz do
Iguaçu, com o volume de muambeiros e um altíssimo índice de assassinatos de
jovens na cidade, chegando a superar proporcionalmente, a cidade sede no
narcotráfico:> Rio de Janeiro.
Outro exemplo gritante em Foz
do Iguaçu é a interferência do Estado na educação contando com <<monopólios>>
e <<grupos escolhidos de simpatizantes>> de um projeto político
desconhecido à Nação (original) e que vai de encontro à própria constituição,
mesmo aquela de 88, que por si, foi um desastre, por simples incompetência por
um lado, e tentativa de golpe constitucional a longo prazo, de outro. Outro
exemplo que extrapola a própria cidade é a interferência do Estado em várias
regiões do estado do Paraná sob o pressuposto de um projeto da ONU (O Estado
Nacional). Evidente que isso, está <<ação>>, sob os auspícios ‘morais’,
da ONU, muda radicalmente o eixo de desenvolvimento regional, de cada
município, pois que a <<interferência>> vem de fora, pronta e
acabada e simplesmente impõe leis, que alteram o desenvolvimento regional. Um <<pequeno
exemplo>> disso, pode ser a lei aprovada na câmara municipal de Foz que
<<reserva lugares em restaurantes para deficientes>>. Isso no
mínimo é um nonsense! Algo que nunca ocorreu! Qualquer pessoa que chegue a um
restaurante é muito bem atendida. Há casos, raros, em que o proprietário do
restaurante, improvisa mesas rapidamente e tudo isso para atender bem. Logo,
essa é uma lei de exceção, que visa penalizar o proprietário. E como estas
leis, existem centenas de outras..., ocultas..., pois ninguém tem a capacidade
de acompanha-las, tal o volume de leis e isso, nada mais é, que uma nuvem
escura que cobre as cidades brasileiras, como prenúncio de temporal. E de onde
vem isso. Ora, da ONU! Das organizações comunistas centradas no Foro de s.
Paulo, da CELAC, e são distribuídas nos Partidos e Sindicatos inviabilizando a
SOCIEDADE CIVIL e enaltecendo um novo Reich! Também conhecido como << establishment
>> político.
3ª. Parte
A terceira parte não poderei
fazê-la agora. Pois que estou saindo para o trabalho. Mas posso adiantar algo:
O Senhor Paulo Mac Donald, deixou uma dívida para o senhor Reni Pereira. Todos
sabem disso, e sabem também, que nada mais se falou a respeito, para não
macular mais ainda a imagem do senhor Paulo. De outra forma apareceu uma nova
dívida (no cenário geral), a dívida do SUS com o Costa Cavalcante (Itaipu).
Agora, nestes dias, o laboratório (terceirizado) fechou as portas. E um grupo
de simpatizantes da Itaipu, pelo viés da [Uni]América, e quem vai comandar o
laboratório. Ou seja, uma privatização do Estado com o Estado. Mais uma vez o
Estado inviabilizando a iniciativa privada com recursos que a própria
iniciativa privada dá ao Estado pelo viés dos impostos pagos por todos.
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(*) - O Estado, no texto, é
genérico e se assemelha aos ‘manifestos comunistas’ e isso é um pecado. Por
isso vou remediar em parte, esta situação. No caso de Foz, para efeito de
futuras pesquisas, às quais, por motivo de trabalho e estudo (seminário de
filosofia e teologia), não posso me dar ao luxo..., - no caso de foz, tu podes
dividi-lo, o Estado, considerando tudo o que este termo Estado abrange, em
quatro estágios:
O Primeiro Estado em Foz é
o momento <<posterior à sua fundação>>, falamos do século XX,
quando não existia a Ponte da Amizade e tão pouco a cidade com forma de cidade,
exceto por uma ou, outra rua. O primeiro Estado de Foz é o momento de
organização geográfica, localização e distribuição de terras aos fundadores,
que chegavam. A cidade estava sob o controle do Exército. Era área de segurança
nacional. O mundo vivia um clima de guerra mundial.
O segundo estado vem após
o fim das guerras e a abertura da ponte da Amizade (década de 60). E início da
construção da Usina Hidroelétrica de Itaipu. A Santa Casa seria fundada em
1967, com o apoio da Igreja Católica Apostólica Romana. Começam a acontecer
negócios importantes entre Brasil e Paraguai. Isso mobiliza o comércio
madeireiro, o comércio do café, comércio de máquinas para o Paraguai, e cria-se,
pela ação dos negócios, uma classe de negociantes inter-regionais. Isso acende
os interesses do governo estadual. Há um aquecimento econômico na região. O
fenômeno destes negócios, tanto do café como da madeira, em épocas não
coincidentes, aconteceram por conta de situações não regulares, lícitas, mas o
contrário, ora para o Brasil, ora para o Paraguai. Isso criaria uma classe de
políticos, que enxergariam na política uma forma de enriquecimento.
O terceiro estado, para
Foz do Iguaçu acontece já no fim do Regime militar - do país - e as mercadorias
de China. Já sob o governo de Fernando Henrique Cardoso e Jaime Lerner no PR.,
que cria um pedágio mais caro do país, criando <<uma ‘cisma’ capitalista>>,
quando o Estado se alia à iniciativa privada para obter vantagens, na contramão
dos interesses do povo. Os bancos de estado entram em colapso, pela ação de
políticos. Com a vitória de Lula cria-se uma frente política em Foz para
derrubada do PMDB, deslocando o poder do Estado (do governo do estado) para a
Federação. O Estado (o governo federal, pelo viés da estatal Itaipu) vai assumindo
a vida política da cidade. O próximo passo será a aprovação da terceirização
(no sentido de utilização da iniciativa privada – empresas criadas do dia para
a noite - como um braço do Estado e vice-versa), e a empresa mista, que visa
associar empresas privadas ao Estado.
No quarto Estado de Foz, o
comércio da China entra em queda brusca. A prioridade é o Turismo que traz uma
grande quantidade de visitantes às Cataratas e à Usina de Itaipu (milhões de
visitantes ao ano e nunca fazem relação com o valor, o volume em recursos),
entretanto, o recurso trazido com o turismo, é enviado ao governo federal. O
quarto estado é uma síntese entre os dois primeiros estados, onde havia pouca
ou nenhuma interferência política com o terceiro onde acontece uma grande
interferência política que nunca mais cessará e continuará num crescendo até os
dias de hoje, em processo permanente de estatização. A síntese acontece com a
conivência da Sociedade Civil com os interesses políticos não mais da cidade,
mas, internacionais.
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