FOZ DO IGUAÇU E O JORNAL DIÁRIO
“Relativismo
é ausência de consciência moral, além de preguiça mental. Tudo pode; tudo é
certo, não há nada de errado, e tudo pode ser explicado com qualquer (...)
lógica. A ideia em si é abominável, é relativista!”.
Escrito por Luiz
C.S. Lucasy 18 mar2015
Artigo –
Revolução Cultural
Existem
matérias de jornais, televisivas, que estão cheias de símbolos emocionais e
ranços políticos, portanto, em si, desprovidos de lógica objetiva, clara, que,
para aqueles que têm experiência de vida, uma boa dose de psicologia e hábito
de leitura e de escrita, chega levar alguns minutos, por paragrafo, para
entender de verdade, o que o ‘escritor’ tentou dizer e publicou.
A
primeira coisa a se observar, previamente, é a quem, o meio de comunicação
serve, ou tem servido ao longo dos anos e isso deverá ser exibido no contexto
da matéria. O que o inviabiliza moralmente, como veículo jornalístico ao
público plural. Segundo, é considerar de que forma a matéria esta classificada,
por exemplo, no caso que segue é um EDITORIAL, o que vale dizer que é a alma do
veículo de informação. Neste caso, o terceiro elemento de observação é mais o
conjunto, das ideias do jornal, que, aquele que escreveu a matéria.
Creio
que v. concorde com isso. Imagine-se em uma redação de jornal. Você é
jornalista. Então, acontece uma reunião e nesta reunião, se apresenta uma
pauta, digamos, sobre um acidente que houve de uma construção de um palco, que
caiu e feriu pessoas. Você como jornalista, o que faria se tivesse que falar
sobre o assunto? Claro, teria que investigar tudo sobre o caso. Desde o porquê
de se fazer o palco; quem subsidiou a construção do palco. Quanto custou e para
quem. Quantas pessoas se usaram para construir, qual empresa, qual o engenheiro
encarregado da obra; que outras obras públicas teria feito etc. Que material
foi usado: novo, velho, de onde foi comprado? Depois, retrataria o momento do
desmoronamento, foi por defeito na construção, foi excesso de peso, o cano
vergou, a taboa quebrou, o solo afundou, foi por um vendaval, algum carro que
bateu no palco. E depois de forma sensível, você retrataria as pessoas que
sofreram acidentes, como, por exemplo, um cidadão que quebrou a perna. Quem era
este cidadão que estava no palco e por quê? Para só depois, no conjunto da obra
que você compôs deixar o público analisar se realmente havia a necessidade de
tal discurso ao público, etc. Inda mais um discurso insidioso, como é o caso de
uma ‘manifestação pública contrária ao aumento da cota de compras’.
Você
leitor concorda que seria assim, não é? Eu também concordaria. Exceto se a
pauta não fosse o acidente, mas, a gigantesca manifestação do dia 15 em Foz e
no Brasil e para falar mal sobre isso, de forma indireta, usariam qualquer
coisa, por exemplo, o desmoronamento de um palco. Mas, isso é suposição nenhum
de nós, leitores e escritores alheios à redação do jornal, poderíamos saber o
que aconteceu na reunião de pauta. Mas, continuemos.
Voltando
ao penúltimo parágrafo, na ordem, deste, para o último parágrafo acima... Não
seria mais ou menos isso que você faria? Bem, é o que eu faria se fosse
reportar este caso do desabamento. Então vamos fazer uma comparação, entre o
que ‘nós’ faríamos, conforme o que foi dito até agora, com o que foi feito pelo
jornal GAZETA de Foz do Iguaçu. Como já dissemos anteriormente é um EDITORIAL,
portanto, não há um jornalista responsável, ou seja, não saiu da cabeça do
jornalista, mas toda a redação do jornal, a matéria foi fruto de uma reunião de
pauta, ou deveria ser, já que se trata de EDITORIAL.
Começa
assim: “Está acontecendo de tudo na fronteira...”. Bem, de tudo o quê? Seria a primeira
pergunta que qualquer pessoa se faria. E não teria resposta conclusiva na
matéria. Cada um imaginaria o ‘tudo’, segundo sua própria consciência. Alunos
de universidade poderiam imaginar que o tudo incluísse o novo modelo de
educação marxista. Os moto-taxistas, imaginariam que o tudo, fosse a sua
situação atual frente à legalização recente imposta pelo governo, de ‘croquis’
do seu ‘ponto’ de moto-taxista, e assim, cada tipo de categoria profissional
poderia imaginar parte do “tudo”. E este
tudo funciona como uma ferramenta de relativização. Todo o “tudo” pode ser
relativo, ao universo de ação de cada pessoa, do que imagina ser o tudo.
O
“tudo”, segundo o jornal, ele acontece na ‘fronteira’. Sendo, duas fronteiras:
Paraguai e Argentina, a pergunta seguinte é o que acontece na fronteira ‘X’ e o
que acontece na fronteira ‘Y’, ou, o que acontece em cada fronteira que possa
ser englobado no tudo?, considerando que o ‘tudo’, trás consigo, um peso
negativo e como vimos não identificado, mas direcionado, intuído, pelo verbo transitivo direto “desabar”, feito pelo autor do texto,
um substantivo masculino: ‘desabamento’, portanto, o tudo esta ligado a uma
tragédia.
Desta
forma, podemos considerar, em nosso imaginário, como vimos acima, e, acredito
que tenhamos concordado com isso, quando, entendemos um termo abstrato, segundo
nossa consciência, tendo como orientação a nossa vocação profissional em
relação com o cotidiano e nossas experiências: a do pedreiro na obra e a do engenheiro
da vila ‘B’, aquilo que melhor nos cabe, como forma de apreciação dos símbolos retratados
no jornal.
Que
todos entenderão que houve um desabamento isso é certo, mas é relativo, o que
todos os leitores, apreenderam do: ‘tudo o que acontece na fronteira’. Mas,
fica uma coisa disso tudo, algo de muito ruim acontece na fronteira. E sobre
isso, nada é dito, mas é relacionado. Ou seja, este algo ruim é relacionado, à
manifestação popular do dia 15 de março de 2015, promovida pelos cidadãos de
Foz do Iguaçu e, não fazem menção ao fracasso da manifestação (que não houve em
Foz), do dia 13 de março de 2015 promovida pelo governo de Dilma Rousseff, pelo
viés Sindical (e MST).
Utilizar
uma tragédia real, aproveitando ‘deixa’ de um fato humano sensível, para
manifestar cacoetes políticos é desmoralizante ao caráter humano ocidental. Se
ISIS, o Estado Islâmico, corta o pescoço de inocentes cristãos, para promover
sua política, o fazem porque são almas psicopáticas e sob a influência satânica
[é] fato observado em ‘todo’ o mundo!
Bem,
o resto da matéria, que começou com o fato sensível: ‘desabamento do palco
oficial montado para a manifestação pública contrária ao aumento da cota de
compras’, o resto, se resume em críticas de desfaçatez à manifestação do
dia 15 de março, que reuniu orgulhosamente 08 mil iguaçuense em passeata, a que
se referem, menosprezando, como: ...compras... ‘tomou mais espaço na mídia dos dois países do que a
manifestação’.
O
Jornal, o Editorial, a matéria em si, e, aquilo que ela passa, o ‘julgamento
moral’, isso, fica a critério de cada um julgar, mas para fazê-lo é necessário
safar-se do relativismo da própria ação individual, quando um médico vê apenas
um ‘bisturi’ e um estudante vê um livro de Gramsci, e seguir as normas
ocidentais de dois mil anos, de um são Tomás de Aquino, de um Otto Maria
Carpeaux, um Mario Ferreira dos Santos, um Olavo de Carvalho e o seu livro “O
mínimo que você precisa saber para não ser um idiota”. Caso em que, no
relativismo, uh, ISIS, pode nos parecer apenas um fenômeno teatral de ‘nossa
época’.
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