terça-feira, 24 de janeiro de 2017

DONALD TRUMP: discurso de posse na íntegra.






Escrito por Donald Trump | 22 Janeiro 2017
Internacional - Estados Unidos

Presidente da Suprema Corte, Juiz Roberts; Presidente Carter; Presidente Clinton; Presidente Bush; Presidente Obama; meus concidadãos dos Estados Unidos da América; e cidadãos de todo o mundo; muito obrigado.
Nós, o povo americano, estamos nos unindo hoje em um esforço para reconstruir o nosso país e restaurar a esperança para todos os americanos. Juntos, iremos determinar os rumos da América e influenciar a direção do mundo por muitos e muitos anos. Não tenham dúvidas de que teremos de enfrentar desafios e que momentos difíceis virão, mas nós faremos o que tem de ser feito e alcançaremos êxito e sucesso.
De quatro em quatro anos, nos reunimos nestas escadas para realizar uma transferência pacífica e ordeira do poder e, hoje, somos gratos ao Presidente Obama e à sua esposa, Michelle, pela ajuda que nos ofereceram durante a transição. Meus agradecimentos!
A cerimônia de hoje, entretanto, tem um significado muito especial, pois hoje não estamos assistindo apenas a transferência de poder de um presidente para outro; estamos assistindo a transferência de poder de Washington para vocês, o povo americano.
Por muito tempo, um pequeno grupo encastelado na capital do nosso país desfrutou das benesses do poder, colocando as despesas e os custos desses privilégios sobre as costas cansadas do povo americano.
Washington tem prosperado, mas o povo americano não desfruta dessa prosperidade. A classe política está cada vez mais rica, e o povo cada vez mais pobre. O aparato governamental aumenta e se agigante enquanto os empregos deixam nosso país e nossas indústrias enfrentam a falência ou são levadas para o exterior. O establishment faz de tudo para se proteger, mas não move um dedo para proteger o povo americano, deixando-o desprotegido e sem segurança. Isso mostra que as vitórias do establishment não são as nossas vitórias; que os triunfos do establishment não são os nossos triunfos. Durante anos, enquanto eles celebravam na capital do nosso belo país, no restante do nosso vasto território as famílias americanas sofriam e não não viam qualquer motivo para celebrar.
Isso tudo começa a mudar hoje. Isso tudo começa a mudar agora. Isso tudo começa a mudar aqui. Porque este não é o meu momento, este é o momento de vocês. Este momento pertence a todos vocês, quer vocês tenham votado em mim ou não. Este momento pertence a todos os que estão reunidos aqui hoje, a todos os que estão assistindo a cerimônia ao redor do nosso país e a todos os que não estão assistindo também. Este dia é de vocês. Esta celebração é de vocês. E, de hoje em diante, estes Estados Unidos da América pertencem a vocês — e não mais a uma pequena elite de burocratas.
O que realmente importa não é qual partido controla nosso governo, mas se o governo é controlado pelo povo. O dia 20 de janeiro de 2017 entrará para a história como o dia em que o povo retornou ao poder da nossa grande nação, como o dia em que o povo retomou o controle sobre o governo, que antes estendia os seus tentáculos para controlá-los.
Os homens e mulheres esquecidos do nosso país não mais serão esquecidos ou deixados de lado. Hoje, neste momento, a sua voz está sendo ouvido por todo o mundo.
Vocês se uniram a mim e juntos reunimos dezenas de milhões de pessoas para formar um movimento histórico e sem precedentes. No centro deste movimento está a convicção inegociável de que a existência de uma nação só é justificada na medida em que essa nação serve aos interesses de seus cidadãos.
Os americanos querem a liberdade para escolher as melhores escolas para os seus filhos; a garantia de que viverão em vizinhanças seguras para as suas famílias; e a oportunidade de conquistar grandes empregos para si próprios. Estas são demandas justas e razoáveis feitas por um povo justo e correto. Mas, para muitos americanos, essas demandas estão longe de serem atendidas.
Há incontáveis pais e mães de família sofrendo com a pobreza de seus filhos em nossas cidades; milhares de fábricas abandonadas e enferrujadas em todo o país, nos lembrando do triste estado da nossa economia; nosso sistema educacional, no qual despejamos bilhões de dólares, é incapaz de oferecer o conhecimento e a formação que nossos jovens buscam; e a criminalidade e o banditismo das gangues e do narcotráfico roubam de nós muitas vidas preciosas, deixando nosso país com uma quantidade imensurável de potencial desperdiçado e de sonhos perdidos.
A matança de americanos acaba hoje mesmo. Nós somos uma nação. Nós somos como um corpo indivisível. As dores de cada família que enfrenta a perda de um ente querido é também a nossa dor. As lágrimas de cada americano são também as nossas lágrimas. Os sonhos de cada americano são também os nossos sonhos. Do mesmo modo, o sucesso deles será o nosso sucesso. Nós todos partilhamos de um só coração, de um só lar e agora compartilharemos o mesmo futuro glorioso e próspero. O juramento que fiz hoje é um juramento de absoluta lealdade ao povo americano — a cada um de vocês.
Por muitas décadas, nós enriquecemos indústrias estrangeiras enquanto sacrificávamos indústrias americanas; subsidíamos as forças armadas de outros países enquanto assistíamos ao declínio da nossa potência militar; defendemos as fronteiras de outras nações com as nossas próprias vidas enquanto ignorávamos as nossas próprias fronteiras. Por muito tempo, gastamos trilhões e trilhões de dólares no exterior, investindo na reconstrução de incontáveis países, enquanto assistíamos à nossa infrastrutura se deteriorar e se tornar decadente. Por muito tempo, nos sacrificamos para tornar outros países ricos e prósperos, enquanto víamos a prosperidade, a força e a confiança do nosso país ser dissipada.
Uma a uma, milhares de fábricas foram fechadas e transferidas para países que não respeitam o nosso país, revelando um desdém sem igual pelos milhões e milhões de trabalhadores americanos deixados para trás. Até hoje, a riqueza de nossa classe média foi tirada por meio de impostos e depois distribuída ao redor do mundo, enquanto seus empregos eram roubados e seus valores eram vilipendiados. A partir de hoje, olharemos para o futuro com a certeza de que seremos tão grandes quanto já fomos em nossos melhores dias e que nossa classe média não será mais objeto de desdém ou escárnio.
Todos nós, reunidos aqui hoje, estamos anunciando um decreto que será ouvido em toda cidade e em todas as capitais ao redor do mundo; em todos os salões e em todos os corredores do poder. De hoje em diante, uma nova visão guiará as ações da nossa nação. De hoje em diante, nosso lema será "América Primeiro". Toda e qualquer decisão, toda e qualquer proposta, toda e qualquer política pública, seja no âmbito comercial, no âmbito tributário, no âmbito da política externa ou da imigração, tudo o que fizermos será feito com o trabalhador americano e suas família em nossas mentes; tudo o que fizermos será feito para beneficiá-los.
Nós protegeremos nossa nação e nossas fronteiras; nós protegeremos os nossos interesses de países que desrespeitam a nossa nação, que roubam a propriedade intelectual dos nossos produtos, e que se apoiam em todo tipo de trapaça para roubar nossas empresas e destruir nossos empregos. A proteção das nossas fronteiras e da nossa soberania nos colocará no caminho da prosperidade e fará da nossa nação uma nação forte e poderosa. Eu lutarei por isso e lutarei pelo interesse americano com toda a força, até o último fôlego do meu corpo e farei de tudo para nunca decepcioná-los.
A América voltará a vencer e nós venceremos como nunca antes em nossa história. Nós iremos restaurar nossas fronteiras. Nós iremos restaurar nossos empregos. Nós iremos restaurar nossa prosperidade. Nós restauraremos os nossos sonhos e as nossas esperanças. Nós teremos novas rodovias, novas ferrovias, novas pontes, novos túneis, novos aeroportos, novas estruturas portuárias e veremos nosso país se reerguer. O assistencialismo dos programas sociais darão lugar aos empregos e ao trabalho duro; e nosso país será reconstruído por mãos americanas e pelo suor americano. De hoje em diante, nós seguiremos duas regras simples: compraremos dos Estados Unidos da América e contrataremos americanos.
Evidentemente, buscaremos a amizade e as boas relações com as nações de todo o mundo, mas faremos isso com a consciência e a convicção de que toda nação tem o direito e o dever de colocar seus próprios interesses no topo de suas prioridades. Não desejamos impor nosso estilo de vida a ninguém, mas o exibiremos como um exemplo brilhante a ser seguido e imitado por todos os que buscam a prosperidade, a segurança, a estabilidade e a felicidade. Nós iremos na frente, abriremos o caminho com um brilho radiante que todos poderão ver e seguir. Nós reforçaremos nossas antigas alianças e buscaremos novos aliados, unindo o mundo civilizado para erradicar o terrorismo islâmico da face da Terra.
A pedra angular, o alicerce, das nossas políticas será o comprometimento patriótico com a nossa nação e, através da lealdade com o nosso país, redescobriremos a lealdade uns com os outros. Pois quando nossos corações se abrem ao patriotismo, não sobra espaço para os preconceitos e para as divisões, pois lembramos que, antes de mais nada, somos todos americanos.
A Bíblia nos revela o quão bom e agradável é que os filhos de Deus vivam em união. Portanto, devemos dizer o quer quisermos; expressar nossos pensamentos sem temor; debater nossas divergências de forma honesta; mas sempre buscar a solidariedade e a união. Quando a América está unida, a América é invencível.
Não há motivos para temor. Estamos protegidos e sempre estaremos protegidos. Seremos protegidos pelos heróis e heroínas das nossas Forças Armadas, pelos nossos policiais e por todos os agentes de segurança do nosso país; e, acima de tudo, seremos protegidos por Deus.
Por fim, quero lembrá-los que temos de voltar a pensar grande e a sonhar grande. Na América, nós sempre entendemos que uma nação só permanece viva enquanto ela batalha para ir mais longe, para realizar mais do que realizou no passado, para se tornar cada vez mais próspera, mais inteligente, mais forte...
Tenham certeza de uma coisa: nós não iremos falha; nosso país irá progredir e prosperar. Não mais aceitaremos políticos que só sabem falar e que jamais colocam a mão na massa. A era dos discursos vazios chegou ao fim. É chegada a era da ação! É chegada a era de quem se preocupa menos com discursos e mais com resultados!
Não deixem que ninguém os convença de que tudo isso é impossível. Não há desafio grande demais para a luta, para o coração e para o espírito do povo americano. Vocês serão os protagonistas dessa nova era e vocês não irão falhar. Nosso país irá progredir e prosperar novamente.
Este novo milênio está apenas começando, pronto para desvendar os mistérios do universo; para reduzir a miséria e o sofrimento causado por doenças; pronto para trazer à existência as invenções e as tecnologias do futuro. Há muito a se fazer e muito a se conquistar, e o espírito empreendedor americano mais uma vez se revelará superior a qualquer outro. Nós lideraremos na ciência, na tecnologia e na inovação.
Uma nova era de orgulho, que se inicia hoje, renovará os nossos ânimos, levantará nossas cabeças e acabará com as divisões internas que enfrentamos.
Este é o momento e a hora de lembrarmos uma lição que nossos soldados e policiais jamais esquecerão: quer sejamos negros, brancos ou mestiços, todos derramamos o mesmo sangue vermelho dos patriotas, todos gozamos das mesmas liberdades gloriosas que foram conquistadas com esse sangue, e todos honramos nossa grande bandeira.
Quer tenham nascido em meio à expansão urbana de Detroit ou nas planícies de Nebraska, nossas crianças olham para o mesmo céu, alimentam seus corações com os mesmos sonhos e receberam o fôlego da vida do mesmo Criador. Portanto, peço aos americanos de todas as cidades — próximas ou distantes, grandes ou pequenas, de fronteira a fronteira, de oceano a oceano — que ouçam essas palavras: vocês jamais serão ignorados novamente; sua voz, sua esperança e seus sonhos definirão o destino da América; e sua coragem e seu amor guiarão todos nós em nossos desafios e escolhas.
Juntos faremos com que a América seja forte de novo. Juntos faremos com que a América seja próspera de novo. Juntos faremos com que a América seja segura de novo. E, sim, juntos faremos com que a América seja grande de novo.
Muito obrigado a todos. Que Deus abençoe vocês. Que Deus abençoe a todos nós. E que Deus abençoe a América!

Comentário do tradutor, Filipe G. Martins:

MAKE LANGUAGE REAL AGAIN
Traduzi o discurso do Trump para possibilitar que tantas pessoas quanto possível julguem por si próprias as palavras do novo presidente americano. Sei que o texto é um pouco longo e que minha tradução precisa de revisão, mas o discurso foi tão claro e objetivo que alguns minutinhos de leitura bastarão para que você forme uma opinião mais substancial do que a adjetivação histérica oferecida pelo Caio Blinder, pelo Reinaldo Azevedo, pelo Arnaldo Jabor e similares.
Em um mundo acostumado com o achatamento da linguagem, próprio dos discursos construídos por marketeiros e ideólogos, Trump mostrou que é possível usar a linguagem como uma pessoa normal, suprimindo as fórmulas ideológicas para abrir espaço para a realidade, permitindo que esta se revele por conta própria, com uma eloquência que não pode ser ignorada e diante da qual a indiferença deixa de ser uma opção.
O discurso político convencional é feito de sinais de reconhecimento grupal, referências ideológicas, sinalização de virtudes e acenos para a cultura dominante (que é toda de esquerda). Nada disso aparece no discurso do Trump, que optou por preencher seu discurso com referências à experiência do americano médio e aos fatos e coisas da realidade concreta. É por isso que palavras que jamais apareceram em um discurso de posse se fizeram presentes no discurso dele. Uma conferida rápida nessas palavras — que chocam justamente porque dão uma noção clara dos problemas concretos que os EUA e o mundo enfrentam hoje — bastará para dar uma idéia da encrenca que o Trump herdou do Obama: "sangue"; "carnificina"; "empobrecimento"; "enferrujado"; "terrorismo islâmico"; "escarnecer"; dentre outras.
Donald Trump não aceita a camisa-de-força verbal da esquerda ou do establishment, não dá a mínima para o politicamente correto e também não está interessado em discursos anestesiantes. Quer você concorde com ele ou não, what you see is what you get. Ele não desperdiça palavras e não perde tempo com abstrações e, por isso mesmo, está injetando vida nova e uma dose (muito necessária) de realismo no discurso público. De algum modo, Trump está ajudando a devolver a "realidade" para o âmbito da linguagem humana. He is making language real again.



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