quarta-feira, 12 de novembro de 2014

SALÁRIOS PAGAM CONSTRUÇÕES EM CUBA E PATRÕES LEVAM A CULPA!

MOTORISTAS E COBRADORES CONVERSA DE HOMEM PARA HOMEM
Escrito por Luiz C.S. Lucasy 12 de novembro 2014


O Presidente do Consórcio Sorriso, César Henrique Alamini, reiterou a posição dos empresários em não atender a alguns dos maiores anseios de motoristas e cobradores que atuam na cidade.

O pedido dos cobradores e motoristas:

o   Redução da carga horária de 7 h. para 6 h. (não dizem, mas sem redução de salário).
o   Equiparação da Cesta Básica de motorista e cobrador.
o   Reposição salarial.
o   Participação nos lucros das empresas
o   Fim da jornada dupla de trabalho.

Se fosse dono de empresa de transporte, também não atenderia isso, como diz Alamini, alguns dos ‘maiores anseios’. Qual será?,  talvez, um destes ‘anseios’ seja a redução da jornada!

Agora, o que quer dizer “fim da jornada dupla de trabalho?”. Ah! Sim, dirigir e cobrar! Por um momento pensei que o motorista trabalhasse 14 h! Da forma como trabalham muitos garçons e atendentes de cozinha: no período do almoço, descansam quatro horas e depois atendem a janta!

Sobre a redução da jornada de trabalho, o senhor Alamini faz uma comparação com outros trabalhadores de outras categorias e admite que eles cheguem a trabalhar 12 h. por dia. Admite que isso seja esforço do trabalhador e não imposição da lei. Claro que isso não é bem assim. E diz que a carga de trabalho dos motoristas e cobradores já está reduzida. Admite que reduzir para seis é algo impraticável assegura Alamini. Pena que Alamini não diz por quê? Seria bom para os trabalhadores, o sindicato e o consórcio!

Ao contrário de dizer a verdade, por medo e vergonha (porque os outros empresários também não dizem), ele diz: “Para contemplar o pedido de redução na jornada de trabalho de motoristas e cobradores teríamos de contratar cerca de 140 novos profissionais”. Isto representaria um aumento de 16,67% na folha de pagamento das empresas. Logo se vê que este é o anseio da categoria e que não vai ser atendido, a não ser que a sociedade, aceite o repasse do preço desta luta parcial.

Porque Alamini teria medo de dizer a verdade? E qual é esta verdade que pode unir trabalhadores, sindicato e consórcio? Simples demais! Chama-se: IMPOSTOS!  É evidente que Alamini não queira entrar nesta Ceara!  E depois aguentar fiscais, multas, perseguição política, ameaças ao contrato, ao consórcio... máfias..., etc.

O mesmo acontece em todo o setor privado: hotelaria, comércio, construção civil, transportes, educação etc. Impostos! Este é o mistério que mantém os salários nos níveis de ajuste mínimo. O ‘trabalhador culpa o patrão’ (o velho e péssimo comunismo) que não é nenhum santo, mas também não é demônio! Afinal, é quem gera o emprego usando os próprios recursos. Não é uma estatal que nunca tem crise e sempre paga muito bem os funcionários públicos e que tem a menor carga horária, na relação com a produção.

Por isso, defendo Alamini. Gostaria que os trabalhadores tivessem a carga horária de 6 h. isso é claro. Desde que, não usasse o restante do tempo para arrumar (outro emprego) um emprego de vigia e depois ir trabalhar esgotado no dia seguinte e colocar em risco, ou em desagravo a vida de dezenas de pessoas!

O que falta neste setor específico (e em todos os setores) é uma nova regulamentação envolvendo, o preço dos impostos e a disposição dos trabalhadores em pagá-lo. Que o motorista, não trabalhe mais que seis horas é uma questão de segurança (especialmente no verão). Mesmo que depois das 6 h. ele cumpra mais 2 h. internamente e ganhe um salário digno.

O que falta é uma discussão séria municipal sobre o tema. Uma discussão que possa ser universalizada em qualquer município. Incluir nisso os governos que são os cobradores de impostos, das empresas e dos trabalhadores.

E dizer a eles que não queremos contribuir com a construção de Estádios de Futebol, Portos em Cuba, Nicarágua, Uruguai, ou distribuir dinheiro em África, aos ditadores, e mesmo, sustentar privilégios de funcionários públicos etc. E que agora é a vez dos trabalhadores da inciativa privada usufruírem destes valores tirados sob o título mais que justo de “im-posto”!  

Ou se encara esta discussão real, ou a solução será, repassar mais um ‘imposto’; aos trabalhadores da iniciativa privada: os próprios motoristas, cobradores, parentes e amigos etc. Os funcionários públicos não pagam impostos, porque ao seu salário é acrescentado o valor do imposto. Porque o Sindicato esconde isto?, porque os ‘patrões’ escondem isto? Isso, eles devem responder.


Para terminar, o senhor Alamini poderia ser mais claro nos seus cálculos. Redução de uma hora, para ele significa 140 novos postos de trabalho e 16,67% no aumento da folha de pagamento? Ou seja, 140 funcionários, significam no mínimo: R$490 mil de salários e encargos. E se isso significa 16,67%, então a folha de pagamento atual é de quase R$3 milhões (1000 trabalhadores aproximadamente), ao mês! Uau! Ajam passageiros. Pelo menos mais de hum milhão e trezentos passageiros por mês! O que os senhores do sindicato e das empresas escondem?, os lucros do governo municipal, do estadual, do federal? Eles valem este risco? Ou sem eles os senhores não tem chance de existir?

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