ESCOLAS
TÉCNICAS, MUITO TARDE!
Escrito por Luiz C.S.
Lucasy
Artigo: Coletores
de impostos e monopólios
Em sua
recente fala, Lula usa um ‘gatilho’, que, para mim, abre duas fechaduras: os
sombrios porões do Ministério da Educação (MEC,
tomado pelas organizações petistas, e suas facções de dentro do PT: Articulação
de Esquerda’ – do Lula, ‘Democracia Socialista’ – de Dilma, ‘Ação popular’
etc.), e, a esperança atrasada de décadas, dos trabalhadores. A ‘gatilho’,
é quando ele faz menção “aos cursos técnicos”. Lula fala como se ele quisesse e
‘não deixaram acontecer’. Mentira! Bem, os ‘cursos técnicos’, são aqueles que
fazem referência ao ‘trabalhador da área industrial’, em especial. Área esta
que foi a base de apoio ao PT. E que ele, Lula e PT perderam!
Até
aí tudo bem. Lula é um repetidor das coisas que ouve, e que, fazem algum
sentido útil para ele. Ele nunca escreveu um nada, exceto seu nome! Lula existe
enquanto imagem, uma marca! O curso técnico alcança um número muito superior de
pessoas, se comparado à universidade, principalmente pela idade apropriada,
entretanto é preciso vaga de trabalho para o curso técnico, ou, a pessoa abre o
próprio negócio, como autônomo (radio-técnico, por ex.). Na situação atual do
Brasil nem a 2ª. hipótese é possível: o autônomo! Estes não são os propósitos
de são Karl Marx, para o ex-Brasil: recriar o capitalismo!
É um
‘gatilho’ porque abre – no imaginário de quem ouve: as massas – a perspectiva profissional. Quando os grupos de
profissionais poderiam montar uma empresa qualquer, que seja de refrigeração,
surfassagem (polimento de lentes – a máquina ‘surfa’ na lente polindo-a) etc.
Partindo de uma escola isso é plausível. E Lula sabe que isso já aconteceu em
S. Paulo, Osasco (centenas de cursos em algumas ruas do Centro) por um período
de tempo e acabou! Porque não deu certo? Não! Porque ‘reabria o mercado
capitalista’, com pujança popular e concorrência não ao capitalismo, já que é o
próprio caráter do capitalismo: a concorrência. Mas, concorrência aos monopólios e ao próprio modelo de
governo estatista, que não suportam
concorrência, que seja pelas dimensões do investimento em duplo sentido:
dinheiro e interesses corporativos. Vide o filho de Lula e o princípio de
monopólio da carne!
Ora,
então Lula é ‘bonzinho’ quando faz referência à escola técnica? Também não!
Lula se faz “de morto para encalacrar o coveiro”! De fato, porque insisto, na
palavra ‘gatilho’, porque sempre foi o anseio dos trabalhadores normais, não os
estatistas, não coletores de impostos, aprenderem, um curso técnico para
conquistarem autonomia. Neste período, das escolas técnicas em S. Paulo, ninguém
queria ser funcionário público, (Lula no máximo, era um sindicalista recém-chegado
à capital, portanto, ele nem sabe do que fala, quando diz sobre as escolas
técnicas de São Paulo, no máximo, mais tarde, Lula foi um aluno do SENAI, para
um emprego, que duraria o tempo de tomar o sindicato, depois nunca mais pisaria
em uma fábrica para trabalhar.
Houve
um tempo em S. Paulo-SP, que na Av. Santa Efigênia se vendia tudo sobre
eletrônica: de revistas técnicas e peças miúdas. A consequência natural disso
foi o crescimento vertiginoso de ‘rádios técnicos’, técnicos em eletrônica! Eu
vi acontecer e participei! Um amigo já desenvolvia o teclado do que seria o
futuro teclado de computador. Veja que bom poder, isso lá pelos idos de 1969.
Ao mesmo tempo começou-se a especializar ruas temáticas em São Paulo-SP, cujo
tema era: mercadológico. Dependendo da sua profissão, você encontrava tudo a
respeito dela, em determinada rua.
São
Paulo-SP, o setor comercial e de máquinas, aos poucos se transformava naquilo
que era sua vocação natural, levar este ‘espírito capitalista (e popular)’, a
todos os rincões do país. Mas dependia dos outros estados quererem! Dependia
dos ‘coronéis de fazenda’, das ‘oligarquias’, quererem! Qualquer prefeito, de
qualquer parte do país, poderia contratar, a título de professor público,
técnicos das mais diversas áreas e desenvolver isso em sua cidade; desenvolver
sempre um novo ‘nicho’ de negócios. Como fazem hoje com os médicos cubanos para
propagandear o ‘socialismo’. São Paulo pensava assim, pensava ser o centro
produtor, o centro de distribuição, por isso levou o título popular, de: “a
cidade que mais cresce no mundo”, o título não foi feliz, porque não refletia a
realidade daquilo que poderia ser feito com o ‘crescimento’ de São Paulo, que
era para todo o país.
Dizem e, eu acredito parcialmente
nisso, até para encurtar a conversa, para o bem da objetividade de um texto
curto, que “o provisório torna-se permanente”, e, mais ou menos isso, foi o que
aconteceu após o fim da 2ª. G. Guerra e a formação dos governos “fortes”. Com
estes governos, no nosso caso, Getúlio, veio a’ideia do “Espírito de Nação” e
fortalecimento do Estado. Mas isso seria para aquela época e não para todo o
sempre! E, como espírito, de falsos fundamentos (originário de uma guerra),
haveria de se transformar por simples desgaste (e o uso indevido da ‘entonação’
religiosa: da Nação brasileira!), de espírito de Nação, em “espírito de porco”
e logo, a vontade nacional seria consubstanciada na vontade do líder do Estado
e seus ‘príncipes dos longínquos feudos’.
Ficou
claro, que nada disso, esta ideia de São Paulo (dos capitalistas produtores de
máquinas e ferramentas e escolas técnicas, depois ‘consubstanciadas’ no CESI e
SENAI) como gerador do capitalismo, nada aconteceu! Talvez pela incompetência
dos governos regionais, o que é uma característica do regionalismo até em
função, do mesmo caráter destrutivo, do que aconteceu com o ensino técnico,
acontecesse no meio cultural. Talvez, os governos regionais não quisessem, por
ciúme, que as pessoas de suas cidades aprendessem algo, que os pudessem tirá-los
da miséria cultural?, por muitas vezes o país foi acusado de manter o povo na
ignorância! Talvez, porque os governos de Estado tivessem pretensões maiores,
de poder. Ou, talvez porque ambicionassem a destruição do capitalismo original,
inibindo-o na fonte (reprimindo os médios negócios), para, centralizar a
economia, entre, os monopólios, as estatais e os miseráveis coletores de
impostos, que cumprem um papel importantíssimo de destruição dos pequenos
negócios!, pois que, estão aliados aos monopólios. Então, chegaríamos à
conclusão óbvia, de que o capitalismo nunca existiu no Brasil, em sua
integralidade, e esta conclusão, foi admitida de forma popular por longos anos,
especialmente por aqueles que trabalhavam na iniciativa privada e o salário
nunca fazia jus às suas despesas e a única perspectiva de futuro, falso para a
maioria, seria o ‘concurso público’!
A grande aliança entre os
coletores de impostos e os monopólios acontece em 1980. Com as demissões das
montadoras injetou-se muito dinheiro no mercado nas mãos dos trabalhadores. O
governo fez uma enorme campanha para que os trabalhadores abrissem negócios
próprios. (Nas empresas estatais o governo oferecia três salários e mais a
indenização para que o funcionário pedisse a conta.) Comprando máquinas e
ferramentas com o dinheiro da indenização. Neste período tiveram todas as
facilidades, após 05 anos, entrou em ação, os coletores de impostos e poucas
destas empresas conseguiram sobreviver, isso, na contramão do crescimento das
escolas do sistema “S”, subsidiado pelo próprio trabalhador, para ajudar no
gerenciamento dos pequenos negócios, mas, vieram tarde demais.
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