domingo, 5 de março de 2017

Trump e, certos comentadores ...



MidiaSemMáscara


Escrito por Casimiro De Pina | 27 Fevereiro 2017
Internacional - Estados Unidos

Surpresa desagradável: Bill e Hillary Clinton construíram um muro de 300 milhas na fronteira com o México.


A vitória de Trump, no escrutínio do pretérito mês de novembro, provocou uma hecatombe nas redes sociais e, digamo-lo com justiça, na cabeça de certos comentadores, palpiteiros e analistas, cujos neurónios entraram, desde então, no modo…“desligado”, que aliás teima em persistir, até hoje. Dá que pensar.

A malta, que passou meses a cantarolar as virtudes de Hillary Clinton e a quase necessidade histórica da derrota do Partido Republicano, ficou perdida. Miley Cyrus chorou. Organizaram-se sessões de “cura e terapia” para os mais sensíveis!

Os oráculos falharam redondamente. E agora rogam pragas sem fim, num ritmo frenético, comovente…

Na cabeça desses iluminados e politicantes, a democracia americana, que Tocqueville tanto admirava, entrou repentinamente em decadência (após a vitória do magnata de Nova Iorque, claro), num recuo formidável que só a rebuscada “ciência política” desses génios do Facebook consegue explicar.

Os exemplos abundam por aí. E a(s) palhaçada(s) também.

A sra. Rosário da Luz sugere, no cume da esperteza saloia, uma interessante ligação entre Trump e Hitler!

A ingenuidade (ou será tontice?) é gritante, e parece ter sido captada naqueles velhos panfletos que circulavam nos meios estalinistas.

É claro que a ilustre senhora, que de vez em quando pontifica na TCV e passa nestas plagas por “analista”, não conseguiu explicar as semelhanças entre uma democracia constitucional estabilizada (a mais antiga do mundo moderno, desde 1776, com a sua célebre Declaração de Independência, escrita com brilho por Thomas Jefferson) e o totalitarismo nazi, que devastou a Alemanha e a Europa a partir dos anos 30 do séc. XX.

Para a confraria, os factos não interessam. Basta a paranóia.

O presidente Trump, que se saiba, não mandou queimar o Congresso norte-americano, não provocou nenhum Holocausto, não construiu nenhum campo de concentração (nem Gulags no Texas…), não teoriza sobre o “Führerprinzip”, não tenciona, penso, invadir Paris, não anexou o Canadá, nem suprimiu, sequer, os partidos políticos rivais, a separação de poderes e a força jurídica da Constituição de Filadélfia.

Pelo contrário, a grande luta desse novo Hitler às avessas, odiado pelos “progressistas”, é restabelecer a autoridade moral da Constituição de 1787 e a rule of law, que o estimável sr. Barack Hussein Obama, tão incensado pela CNN, por George Soros e pelo New York Times, destruiu suavemente nos últimos oito anos (ver, por ex., Olavo de Carvalho, O advento da ditadura secreta, in http://www.olavodecarvalho.org/semana/120328dc.html; Ignorância mútua, in http://www.olavodecarvalho.org/semana/080407dc.html; Obama: a revolução desde cima, in http://www.olavodecarvalho.org/semana/0903digestoeconomico.html); sobre o legado político de Obama, veja-se Roger Aronoff, The Obama legacy, in http://www.aim.org/aim-column/the-obama-legacy/; e Sean Hannity, By the numbers: Obama's Legacy Of Failure, in http://m.hannity.com/articles/election-493995/by-the-numbers-obamas-legacy-of-15435863/).

Obama reproduziu, durante a sua presidência, as tácticas radicais que aprendeu com o seu grande mentor ideológico, Saul Alinsky. Obama financiou a Irmandade Muçulmana (ver http://cubaindependiente.blogspot.com/search/label/Partido%20Democrata) e deu protecção ao Irão, cujo regime, apostado na obtenção da bomba nuclear, é ferozmente antiamericano.

Mas tudo isso é cuidadosamente retirado do debate público.

Donald Trump deixou, na verdade, os esquerdistas e auto-proclamados progressistas sem norte, sem rumo nem direcção. Completamente.

Como escreveu certeiramente o sociólogo e investigador António Barreto no Diário de Notícias, captando as incoerências da sagrada confraria, “As esquerdas em geral, incluindo artistas, intelectuais, jornalistas, liberais americanos e progressistas europeus, não suportam não ter percebido nem ter previsto o que aconteceu.

Como não admitem que são, tantas vezes, responsáveis pelas derivas políticas dos seus países.

Já correm pelo mundo explicações fabulosas sobre estas eleições. As mais hilariantes são duas.

Uma diz que, além dos machistas e dos racistas, votaram em Trump os analfabetos, os desesperados, os marginalizados pelo progresso, os desempregados e os supersticiosos.

A outra diz que o fiasco das sondagens, dos estudos de opinião e dos jornalistas se deve ao facto de os reacionários terem vergonha de dizer em quem votariam! Por outras palavras: quem não presta votou em Trump e quem votou em Trump enganou-nos!

Tal como os democratas em geral, as esquerdas atribuem sempre as culpas das suas derrotas aos defeitos dos outros, da extrema-direita, dos ricos, dos padres, dos fascistas, dos proprietários, dos patrões, dos corruptos e agora dos populistas”.

Por falar nisso, a ideia de que Trump foi eleito pela “América profunda e ignorante” é um puro disparate e releva de um antiamericanismo tosco, vulgar e mal disfarçado.

É apenas uma fraude, que Sarah Smarsh impugnou de forma implacável (ver https://www.theguardian.com/media/2016/oct/13/liberal-media-bias-working-class-americans).

Para alguns, só os partidos de esquerda podem e devem vencer as eleições. Bela concepção de democracia!

Fala-se da “influência russa” na eleição de Trump. Como Jeffrey Nyquist (http://www.midiasemmascara.org/artigos/globalismo/16805-marionete-russa.html) e tantos outros já demonstraram, o partido democrata é a verdadeira marionete dos russos, ao longo de décadas.

A Rússia, como explicou Mihai Pacepa, é a primeira “ditadura de inteligência da história”.

Um outro génio do Facebook, Américo Silva, que já foi governante em Cabo Verde e hoje vive nos EUA, descobriu, num ápice, que o Colégio Eleitoral que elegeu Trump é, afinal, uma “instituição esclavagista” (sic), torpe, ilegítima e absolutamente inaceitável, dir-se-ia!


O mais estranho é que o sr. Américo e os outros ficaram caladinhos quando essa mesma “instituição esclavagista”, essa intolerável excrescência da supremacia racial, elegeu Obama, cuja legitimidade política não foi alvo do mais leve questionamento. O duplo padrão é execrável.

Trump nunca é tratado com honestidade. Os críticos preferem inventar uma sua caricatura, que depois atacam, qual espantalho, impiedosamente, para gáudio da populaça. O método é patético, truculento, vergonhoso ao máximo.

Isso viu-se em duas medidas recentes adoptadas pelo novel presidente: o muro na fronteira com o México e a “ordem executiva” suspendendo a entrada de imigrantes provenientes de 7 países, ideia que já vinha de Obama.

Os críticos nunca dizem, todavia, que 70% dos criminosos estrangeiros nos EUA são mexicanos.

Ora, o muro serve para estancar esse movimento, que põe em causa, nitidamente, a segurança nacional e a prosperidade dos norte-americanos.

A imprensa matreira não diz, também, que a ideia da construção do muro veio de Bill Clinton, que a defendeu com unhas e dentes, num discurso sobre o estado da União, já em 1995, em nome do “império das leis”.

Surpresa desagradável: Bill e Hillary Clinton construíram um muro de 300 milhas na fronteira com o México. Como são de esquerda, tudo bem, apoiado!

A suprema hipocrisia midiática apagou, porém, todos estes factos, apresentando Trump como um desalmado xenófobo que só sabe separar nações, “em vez de edificar pontes de união e amizade”.

A ordem executiva sobre os imigrantes é perfeitamente racional e justificada.

Só uma crassa ignorância do contexto pode alegar o contrário.

Num próximo artigo retomaremos o assunto, mas os mais curiosos podem ler Ann Coulter (http://www.frontpagemag.com/fpm/265755/maniac-running-our-foreign-policy-its-not-trump-ann-coulter) e Joseph Klein (http://www.frontpagemag.com/fpm/265711/judicial-overreach-national-security-joseph-klein), desfazendo em pó toda a desinformação reinante.

La Boétie estava certo: vivemos, cada vez mais, no reino da servidão voluntária. Porque queremos e adoramos a mentira.


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