segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

O "toupeira" do KGB


(Site: Papeis Avulsos de Heitor de Paola)

EX-AGENTE DA CIA, E DEMOCRATA, CONTA A VERDADE SOBRE A TRAIÇÃO DA CIA A TRUMP
             
             

Sou um Democrata (e ex-CIA), mas os espiões que conspiram contra Trump estão fora de controle.

Bryan Dean Wright

FOXNEWS

18/02/2017

Ao longo dos últimos meses a América tem deixado a guerra puramente partidária e escalado os penhascos de uma crise existencial.

Vários relatórios mostram que meus ex-colegas na comunidade de inteligência decidiram que eles devem vazar ou reter informações classificadas devido a conexões inquietantes entre o Presidente Trump e o governo russo.

Disse um oficial de inteligência: "Eu sei o que é melhor para a política externa e  segurança nacional ... E vou agir de acordo".

Alguns de nós podem aplaudir este homem, incluindo alguns dos meus colegas democratas. Em suas mentes, este é um caso de alguém que vai para Langley (sede da CIA) para lutar contra um presidente corrupto.

Um pequeno problema. O oficial de inteligência citado acima era realmente Aldrich Ames [1], um traidor da CIA cujo crime de traição nas décadas de 1980 e 1990 resultou no comprometimento de mais de 100 agentes. Muitos foram torturados e executados como resultado de sua traição.

A lógica defeituosa de Ames é estranhamente semelhante à de seus colegas atuais que estão envolvidos em uma guerra nas sombras contra seu comandante-em-chefe. Eles também decidiram que seu julgamento superior é mais importante do que seguir a lei.

Por razões de argumentação, entretanto, vamos supor que esses funcionários sejam, de alguma forma, diferentes de Ames. Vamos supor que eles têm peças convincentes de informação que realmente sugerem que Trump ou sua equipe tenham cometido traição.

Quando você é treinado como um espião, você é ensinado como lidar com esses tipos de situações. Após a detecção da informação, ela fica bem compartimentada (restrita) e enviada para o Departamento de Justiça ou para o Congresso para investigação. Se a evidência é considerada séria, a constituição deixa claro o que acontece a seguir: impeachment.

É assim que a democracia americana deve funcionar.

E é exatamente assim que tem funcionado. De acordo com o ex-vice-presidente Biden, tem havido uma investigação em curso sobre as alegadas ligações entre Trump e a Rússia. Todos nós devemos ter coragem de saber que o sistema está funcionando exatamente como projetado.

No entanto, alguns dos espiões da América estão decidindo que isso não é suficiente. Por razões de justiça equivocada ou ódio partidário, eles assumiram a responsabilidade de serem juízes, jurados e carrascos ao mesmo tempo. Eles têm processado seu caso no tribunal da opinião pública, com meios de comunicação social que pensam como eles, como a CNN, The New York Times e Washington Post, servindo como estenógrafos de tribunal.

Eleitos por ninguém, responsáveis somente uns pelos outros, esses espiões determinaram que Trump é culpado de crimes e delitos graves.

Dias atrás, eles deram o veredicto. De acordo com um oficial de inteligência, o presidente "morrerá na prisão".

Eu entendo como isso pode parecer atraente para os democratas profundamente partidários. Afinal, eu também não queria que Trump ganhasse. Mas a solução para lutar contra este presidente não pode ser encorajar uma rede de espiões para fazer a balança pender a favor de nossas convicções políticas. Em vez disso, devemos deixar o sistema continuar funcionando como tem feito, e mostrar o nosso caso para o povo americano nas futuras eleições.

Se você não está convencido, imagine as consequências de deixar os espiões decidirem não apenas o destino de Trump, mas os de outros vencedores e perdedores políticos também. Imagine como eles poderiam tratar nossos candidatos na próxima eleição.

Direto para 04 de novembro de 2020, onde os senadores Bernie Sanders e Elizabeth Warren derrotaram Donald Trump e Mike Pence para a Casa Branca. Democratas vão comemorar nas ruas. Os espiões liberais sorrirão. Missão cumprida.

Espiões conservadores, no entanto, terão uma visão mais negra do assunto. Para eles, seus colegas liberais terão acabado o assassinato político. Eles estarão procurando vingança.

Bem-vindo à nova América. Agora é vez deles queimarem a democracia. E eles têm as ferramentas e a motivação para fazê-lo.
Este é o declive escorregadio do tribalismo político que até alguns meses atrás eu teria pensado impossível na América. Certamente isso acontece em países do terceiro mundo, mas não aqui. Eu fui treinado para acreditar que nós éramos excepcionais.

Na cultura dos espiões da América, você vive e morre por um conjunto de regras. Um deles é uma sagrada promessa de lealdade à constituição e ao comandante-em-chefe. Espiões podem não gostar de um presidente ou suas políticas, mas eles devem saudar o seu líder. Se eles não podem, eles são instruídos a renunciar.

Espiões também fazem voto de sigilo, especificamente para manter informações classificadas escondidas de quem não tem a necessária autorização para conhece-las. É um compromisso que se mantém por toda a vida. E se esse voto for violado, as consequências são terríveis. Tempo de prisões. Colegas e informantes mortos. Inimigos encorajados. O país menos seguro.
Os espiões também aceitam e abraçam uma regra final: deve haver uma parede inquebrantável entre os funcionários do governo e o processo democrático.

Por quê?

Porque muitos espiões têm acesso a poderosas ferramentas que, se usadas indevidamente, poderiam causar danos incríveis à estabilidade da nação. Consequentemente, os oficiais clandestinos têm um pacto especial com o povo americano - codificado pela lei Hatch [2] - que limita que limita sua participação na política.

Durante meu tempo como oficial da CIA, eu aprendi rapidamente porque todas estas regras existiam. Li os e-mails das pessoas. Eu escutei telefonemas. Eu recrutei informantes que diziam os segredos mais sujos e embaraçosos. Eu vim a perceber que o meu poder era tanto e de uma responsabilidade incrível e, às vezes, perversamente sedutor.

Alguns de nós vacilaram em nossos compromissos. Lembro-me de colegas que acreditavam que estavam acima das regras, conduzindo investigações silenciosas sobre esposas ou ex-namorados enganadores. Eles foram eventualmente descobertos e legitimamente postos na rua. Eles demonstraram incapacidade de lidar com o peso do poder.

E isso é precisamente o que estamos experimentando hoje. Os espiões que conspiram contra o Presidente Trump estão quebrando as leis dos EUA. Eles estão violando seus juramentos. E eles estão cometendo traição para remediar (como a veem) a traição.

É provável que eles não pensem como eu, é claro. Mas, nem Aldrich Ames pensaria.

Com sorte e investigações agressivas, esses espiões renegados juntar-se-ão ao seu colega no Centro Correcional de Allenwood pelo resto da vida.

Estou ansioso para ver os portões se fecharem para sempre às suas costas.

NOTAS DO TRADUTOR:

[1] Aldrich Hazen Ames foi analista da Agência Central de Inteligência americana (CIA), convertido em "toupeira" do KGB. Foi condenado por espionagem em 1994 e está cumprindo pena de prisão perpétua, sem a possibilidade de liberdade condicional, na Penitenciária Allenwood de segurança máxima. No momento de sua prisão, Ames havia comprometido mais "agentes ativos" da CIA do que qualquer outra toupeira da história até a prisão de Robert Hanssen sete anos depois.

[2] O Ato Hatch de 1939, oficialmente um Ato para Prevenir Atividades Políticas Perniciosas (Act to Prevent Pernicious Political Activities), é uma lei federal dos Estados Unidos cuja principal disposição proíbe os funcionários do poder executivo do governo federal, exceto o presidente, o vice-presidente e certos funcionários de alto nível legalmente designados, de praticar algumas formas de atividade política.

Tradução: Heitor De Paola
             
Bryan Dean Wright é um ex-oficial de operações da CIA e membro do Partido Democrata. Ele contribui em questões de política, segurança nacional e economia.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Corporações "Socialistas" Administram os Governos

Trabalho, Feriados, Sábados e Domingos Fevereiro de 2020      Na verdade, o trabalho em domingos e feriados já existe na Á...