sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

TRUMP JOGA O JOGO DA MÍDIA E ESTÁ VENCENDO







Trump está batendo na Media em seu próprio jogo

George Neumayr
22/02/2017

Perguntado por um assessor se responderia a uma carta ao editor de um de seus críticos, Vladimir Lenin se recusou, dizendo: "Por que nos incomodaríamos em responder a Kautsky? Ele nos responderia, e teríamos de responder à sua resposta. Não há fim para isso. Será bastante para nós anunciar que Kautsky é um traidor à classe trabalhadora, e todos compreenderão".
Esse foi o modus operandi da esquerda por décadas. Ela não responde a argumentos com argumentos, mas com nomes estigmatizantes destinados a encerrar o debate. Como o braço de comunicação da esquerda, a mídia se conforma perfeitamente ao método de Lenin. Em vez de refutar os argumentos dos conservadores, é mais fácil classificá-los como "inimigos" da ciência, das mulheres, das minorias, dos pobres, etc.
Sempre que os editores se recusam a reconhecer a existência de "dois lados" em assuntos como "igualdade de casamento" ou Darwinismo ou mudança climática, eles estão prestando homenagem à política tortuosa de Lenin. Prestam homenagem a ele sempre que substituem relato real da notícia por suas opiniões a respeito delas. Até mesmo as disputas entre jornalistas recentemente sobre se suspenderiam ou não o "relato convencional" no caso de Trump, ou se as histórias de primeira página devem declarar os enganos do Presidente como mentiras ou falsidades, é um reconhecimento tácito dessa política. Como Lenin, as Christiane Amanpours [1] não têm nenhum uso para o cansativo jogo de respostas precisas. Basta chamar Trump de "mentiroso" e "todo mundo vai entender”.
Mas essa demagogia telegráfica só funciona enquanto os políticos republicanos se submetem a ela. Durante anos os jornalistas opinaram servilmente sob o disfarce da objetividade e conseguiram se sair bem porque os republicanos estavam com muito medo de quebrar aquela ilusão de objetividade. Eles permitiram que a mídia servisse como árbitro do que se qualifica como "mainstream", "extremista", "racista", e assim por diante, e se sujeitaram em permanecer dentro dos parâmetros determinados pela mídia de qualquer discussão.
Donald Trump explodiu esse arranjo absurdo e está batendo a mídia em seu próprio jogo. Ele rotula os repórteres da mesma maneira que o rotulam. Ele abre mão de seu desonesto enquadramento dos debates tratando-os como o que são: partidários esquerdistas (liberais). Sua discussão na semana passada com April Ryan, correspondente da American Urban Radio Network, captou isso perfeitamente. Ela fez uma pergunta capciosa, não como um repórter neutro, mas como porta-voz do Congressional Black Caucus [2]. Ele respondeu assim. "Eu vou te dizer claramente, você quer montar a reunião?", logo depois que ela perguntou se ele se reuniria com a CBC. "Você quer montar a reunião? São amigos seus?" É claro que eles são amigos dela e ela estava tentando marcar um ponto para o CBC. Se Trump não tivesse desconstruído esta intenção para o público, a pergunta poderia ter causado dano. Em vez disso, esvaziou-a.
Os repórteres enfrentam agora um presidente que os questiona tão agressivamente como eles o fazem. E eles se ressentem de que ele se recuse a aceitar como "fatos" o que nada mais é do que sua interpretação tendenciosa dos fatos.
Tudo o que eles acusam Trump é de desmascarar sua própria cobertura. Só se pode rir das erupções de horror santarrão sobre o tweet de Trump chamando os repórteres de "inimigos do povo", dadas as invectiva a que se entregaram no último ano, chamando-o de déspota e coisas piores. Quem são eles para repreender alguém por linguagem destemperada?
De repórteres mal-humorados vêm palestras sobre boas maneiras? Dos partidários vêm exigências de neutralidade? Tudo que a imprensa quer pode ser reduzido a uma demanda: que seus alvos conservadores se desarmem unilateralmente. Nós lutamos, você se rende - essa é a ideia de civilidade da mídia.
Portanto, podem esperar que a gritaria dos meios de comunicação cresça na mesma proporção à exposição de sua fraude por Trump. Bret Stephens e companhia podem pomposamente dizer que Trump é um adversário da "objetividade em si". Mas tudo isso significa que ele rejeita suas afirmações falsas de objetividade e denuncia seus desejos partidários. No final, isso significa que Trump não é um idiota que vai deixá-los controlar a política, passando propaganda liberal como "notícia" ante às quais todos devem se ajoelhar.
Ao contrário da choramingas de Jake Tapper na CNN, a conferência de imprensa da semana passada não foi um desvio da maneira Trump governar, mas um componente essencial dela. Trump sabe que sua agenda só pode avançar se as pessoas ignorarem as distorções da mídia. Se Trump fizesse o jogo da mídia, ele não conseguiria governar. Quanto mais neutralizar a mídia, mais bem-sucedido ele será.
Se a trata como um partido de oposição, é porque é um. A fúria dos meios de comunicação é a fúria dos partidarismos expostos, para quem mandar nos fatos foi uma vez tão fácil e agora é muito difícil.
NOTAS DO TRADUTOR:
[1] Jornalista sênior da CNN
[2] No interior do Congresso caucus é bancada. Aqui é referência à Bancada Negra
Tradução: Heitor De Paola

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Corporações "Socialistas" Administram os Governos

Trabalho, Feriados, Sábados e Domingos Fevereiro de 2020      Na verdade, o trabalho em domingos e feriados já existe na Á...