sexta-feira, 13 de maio de 2016

Impeachment, Temer e a Lei de Gerson



Tudo como Dantes no Quartel de Abrantes...


[O quartel de Abrantes ficou, como um símbolo e um ditado popular, memória de maus dias].


No passado recente [no Brasil], antes das chamadas 'Leis de Gerson', que clamava pela honestidade genérica; dos burocratas aos burocratas, pedindo que as pessoas largassem mão de querer obter vantagem em tudo..., [não quer dizer, lucro] - antes disso, acontece algo inusitado, que anos depois, levaria Gerson, a reagir desta forma. Tudo isto ocorre nos meios de comunicação, na televisão e nos grandes jornais. A discussão era sobre as vantagens do ‘funcionalismo público’ (1) Ou, da enorme diferença entre as vantagens do funcionalismo público frente aos trabalhadores da iniciativa privada. Ainda, as vantagens, dos burocratas em oposição às pessoas que executam trabalhos manuais, onde são tão inteligentes no que fazem, quanto os burocratas naquilo que fazem (O.C.). Ou, das vantagens dos aposentados públicos, em detrimento aos aposentados da iniciativa privada. Sem mencionar diretamente que por princípio, os funcionários públicos seriam 'empregados do povo'.

A questão de fundo tratava da incoerência, de um suposto "patrão", o povo, viver em muito pior situação (de oportunidades), que o "empregado" (o funcionalismo público). Seria como contratar um funcionário, para fazer compras em Paris, enquanto você o proprietário do estabelecimento, lida com as contas e a administração. Desta forma, se fugia do assunto pelo silogismo, com a conclusão de que, quem quer que ocupasse o lugar do funcionário público, iria querer o mesmo. Desta forma se fazia a seguinte pergunta às pessoas, que reclamassem:  "se fosse v. que estivesse lá, você não acharia bom?" (Reconheciam o erro e tentavam aliciar as pessoas). Eram duas afirmações: a primeira afirmação, implícita, porque era deselegante se falar a respeito [algo como ciúme, inveja – pois que, a moral do povo era elevada], dizia que tinha que se nivelar (padrão de vida) o trabalhador privado e o público [lógica]; a segunda afirmação, menos implícita, dizia que as vantagens eram devidas a um concurso (a tese do diploma, que hoje, coloca moleques com vinte e tantos anos, como juízes! E, os hipócritas, acham isso formidável!), e a conclusão, era uma pergunta: "e, se fosse você? Responde a uma pergunta com outra pergunta.

HOJE, maio de 2016, passando por cima do afastamento de Dilma, passando por cima da maioria dos discursos dos deputados e senadores e indo direto ao discurso de Temer, houve, em minha cabeça, uma remontagem de fatos semelhantes [que expus acima], e foi, o que me levou a escrever. O que Temer e, todos aqueles que o aplaudiam, a cada gesto do ‘new president’, dizia..., - tinha, para mim, um gosto insosso, semelhante às audiências de câmaras municipais [onde floreiam as porcarias políticas]. Evidente que no primeiro discurso, não poderia agir como agiu o comunista e estatista João Goulart, nos seus últimos dias, ou mesmo como agiu a equipe comunista de Dilma em aparente (eu disse, aparente) desespero, mas também, Temer não precisava ser tão ‘liso’, na tentativa de garantir o seu ‘novo cargo’. Uma das coisas que me parece contraditória é quando diz: “vamos incentivar a pareceria público-privada”, depois, algo como: “vamos desonerar a iniciativa privada... Como, ô, Yoda? Desonerar ou encampar?

Em nenhum momento, Temer fala dos “jogos internacionais e nacionais”: Rússia, China, Iram, EUA, ONU, Mercosul, BRICS, Foro de São Paulo, Princeton, nem que fosse para dizer: estamos de olho! E o exército? Ainda é de Caxias?; - apesar do Haiti! Estes assuntos continuam velados, como sempre foram! Então, o que muda? Os atores! Por isso frisei o termo “aparente”. Creio que houve um “acordão”, entre o PSDB, PT e PMDB [mais um acordo de Princeton? ]. Afinal os três querem a mesma coisa: um Estado Forte, com feições socialistas ao povo..., - e, controle absoluto sobre qualquer coisa que acontece, ou que venha a acontecer. E isso implica em mudar a cultura, alterá-la no sentido deste modelo de Estado – autoritário e não, moral. Implica também em... - ‘encher o caldeirão... de uma maquiavélica bruxaria..., - com leis municipais de restrição tanto à iniciativa privada, quanto às pessoas e sua privacidade. E nisso, os três combinam..., - com a diferença que uns são mais apressados que os outros. Neste caso é o PT o mais apressado, pois que tem em suas bases companhias (no sentido de exército) revoltosas e instáveis, como o MST, MTST, a CUT (entenda sindicatos), que abrangem uma grande quantidade de pessoas, talvez uns duzentos mil albergados políticos que fazem pressão sobre o partido e, para dissuadi-los [de sua pressa revolucionária] houve uma ‘suspensão’, da atual presidente, que não conseguiu alavancar os interesses das organizações comunistas..., - e tão pouco Lula e o próprio Foro de S. Paulo conseguiriam, depois das manifestações de milhões de pessoas nas ruas, sem qualquer tipo de ‘indenização’, ou liderança política. E isso, “este passo atrás”, ficou mais claro após a eleição de Macri, a queda de poder Maduro, com o seu legislativo, e ainda, uma suposta reação do governo e exército colombiano à ousadia crescente das FARC.
  
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No ginásio [v. entendeu! ], aprendemos, que é feio terminar um texto, com: “concluindo, finalmente, para terminar etc. Não concordo com isso, creio que seja válida qualquer exposição, que melhore a compreensão do texto e se, conclusão, define um estágio do texto [o estágio final], ela é, chamada, para atenção do leitor, para ele próprio, fazer o ‘intermédio’ entre o início e, o fim do texto. Portanto, termino com uma afirmação, a de que, o que foi dito no início e que, chamou a atenção do povo brasileiro (das classes falantes) na época..., - não foi resolvido! Ficou no tempo e no espaço. Foi contemporizado. A isso, foram agregados valores, a ponto de chegarmos até o pronunciamento de Temer, um pronunciamento com o mesmo teor moral contraditório e insosso, das afirmações do início, apenas modificado, ampliado... até quando?  

(1)  ‘Funcionalismo público’ (como distinção de uma classe de pessoas) é um termo mágico, é uma metonímia – que esconde ‘uma magia’, que é a vantagem corporativa de pessoas [em vários graus]..., - e que, para se ter esta vantagem..., - esfolam através de impostos, outras pessoas e, lhes dão em troca, saúde e educação – “de graça”. E escondem está importante discussão nacional, atrás de palavras mágicas, como se funcionário público, fosse algo excepcional, quando de fato, são pessoas, como quaisquer outras que trabalham sob uma legislação trabalhista específica, que tem todas as vantagens e que nunca se reclama disso, como se reclama contra a CLT, à propósito, crivada de absurdidades econômicas [à partir dos Sindicatos e Partidos Políticos] ,onde os maiores interessados..., - no final..., são os próprios funcionários públicos [de escalão], a fim de manterem a sua própria..., legislação, ‘trabalhista’.

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