sábado, 20 de agosto de 2016

Quando uma coisa pode parecer outra e outra parecer uma



Quando uma coisa pode parecer outra e outra parecer  uma



          1. Somos/ 2.       Terceiro mundo/ 3.       Realizamos:/ 4.       Jogos Mundiais Militares/ 5.       Jornada Mundial de Juventude/ 6.       Copa 2014/ 7.       Olimpíada 2016/ 8.       Tudo isso/ 9.       Crise política/ 10.   Credibilidade/ 11.   Autoestima interna/ 12.   Saber/ 13.   Legado/ 14.   Competência/ 15.   Brasil


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Ao ler trecho principal do editorial do jornal local da cidade dos lagos, onde está a maior hidrelétrica do país, e o maior lago artificial do país, Carlos ficou a imaginar se tudo o que tinha visto ou apreendido, deste os jogos mundiais militares até as olimpíadas, como dizia o editorial; em um recorte da realidade, deste período de tempo e vários espaços diferentes, em várias cidades, pois que as pessoas não param no tempo e no espaço, sequer por um segundo, exceto quando estão mortas e não são mais pessoas; então, Carlos imaginou, quantos pontos de vistas, poderia se ter daquele recorte da realidade, registrado como evento, grandes eventos, quatro acontecimentos em dois anos?

Como aqueles dois anos, com aqueles quatro eventos se encaixavam com outros grandes eventos dos mesmos dois anos e um pouco antes? Carlos lembrou de um evento importante a eleição de 2014. Este evento era mais importante ao país, que qualquer outro, e aconteceram coisas estranhas em outubro de 2014 e que ficaram marcadas no imaginário das pessoas, pessoas de todo o país. Tal foi a importância daquele evento de outubro de 2014, um evento, alheio a outro evento, que foi as eleições para presidente. Havia tido uma apuração secreta das urnas e isso nunca havia acontecido no mundo, ao menos, não daquela forma tão flagrante. E antes disso, ouve uma certa “dança” de um ministro, cujo nome é temerário dizer, pois que sua aliança com algo, deveras satânico, o colocou em situação pessoal instável e perigosa para qualquer um que se aproxime e, para ele próprio. As coisas aconteceram para ele, de tal forma que ele foi o responsável maior, pela desonra, também pela primeira vez na história do país, das maiores instituições brasileiras, da justiça e, a eleitoral.

Saindo fora do recorte da realidade do editorial que vai de 2014 a 2016, em 2013 o país havia sido palco de grandiosas manifestações espontâneas, precisamente contra aquela que ganharia as eleições. De certa forma, no entendimento de muitas pessoas, só algum truque eleitoral poderia elege-la. E este truque aconteceu, e somente em 2016, começam a aparecer as rachaduras deste artifício maligno.

Este pensamento de Carlos era maldoso, ou não? Segundo o editorial, sim. Era maldoso e depunha contra tudo o que viria a seguir, como os grandes eventos, por exemplo, e por isso e até por isso, Carlos não poderia concordar com o editorial daquele jornal diário da cidade dos lagos. Não concordar, não porque tivesse uma “opinião” melhor sobre o mesmo tema, sobre como os brasileiros deveriam se posicionar, frente à vitória do país, em ter realizado eventos tão importantes, em momento tão doloroso à Nação. Seria como promover uma festa de réveillon na véspera do enterro do próprio pai.  Carlos não tinha opinião alguma para torná-la pública. Analisava os acontecimentos neste período e estes acontecimentos, fosse de pagamentos aliciantes de parlamentares, mais de duzentos..., fosse do uso de empresas estatais para financiar campanhas eleitorais, todos eles tinham um mesmo círculo de ação e reação. Ora, uma festa de arromba, poderia promover, ocultar, outro ato não tão decente. De outra forma, uma lei ruim para o país, poderia ser aprovada nas vésperas de natal e ano novo. Mas que tipo de gente faria isso?

Essa era a pergunta que Carlos fazia a si mesmo. Se o que pensava fizesse algum sentido na vida real, certamente Carlos não se considerava parte deste tipo de gente. E este tipo de gente, tão gente quanto ele próprio, tinham segredos, mistérios e cumplicidades, das quais ele próprio não tinha alcance para entender porque escondiam a realidade, ou a contavam segundo seus interesses? E se tudo era por interesse de um círculo de gente igual, era natural que existisse um veículo de informação específico para isso. Porém não deveria ser um jornal que se arrogasse a voz da cidade. Exceto se toda a cidade pensasse como pensava o jornal. E este era o caso, pois que não havia controvérsia em nenhum outro veículo de informação, fosse no rádio, na televisão, todos tinham um mesmo propósito que ora, estava estampado naquele editorial.

Essa era a pergunta que Carlos se fez quando leu o editorial do único jornal diário da cidade dos lagos e viu, o quanto alguém estava fora do mundo! Ou ele, ou o editorial! Compreendia que era impossível dizer qualquer coisa em míseras 25 linhas de jornal. No entanto as 25 linhas já diziam tudo! Ao menos porque não eram 4 ou 5 páginas de jornal. Compreendia também que se aquela – como editorial – era a máxima exigência do jornal, a exigência de quem lesse o jornal era muito menor. E aquilo que estava escrito era para elas, pessoas que querem aquele tipo de informação. Talvez acreditassem que não sabendo, seu acerto espiritual fosse mais ameno, mais inocente com sigo mesmo. Então, Carlos se sentiu fora da sociedade, fora do mundo. Ele estava fora do mundo! Certamente, deste mundo regional, de um círculo restrito, um círculo diminuto, que englobava a sociedade de leitores, os professores das universidades, os dirigentes das estatais, os conselheiros, o mundo político e os empresários locais, que se sentem plenamente representados em suas entidades, sejam as senhoras rotarianas, seja a associação comercial, sejam os sindicatos e os partidos políticos. Afinal era para eles que o jornal dava sua sentença editorial. Era isso que estava no editorial, o que os membros da sociedade queriam acreditar.  O diário apenas satisfazia-lhes os desejos.

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