Doença grave tratada com negligência ...
Vigilância apreendeu remédios (vencidos) ...
(Manchetes do jornal N.T.: a) Tuberculose: grave, contagiosa e que ainda gera um enorme preconceito nas pessoas; b) o preconceito contra a tuberculose dificulta ainda mais seu desaparecimento no mundo; c) Doença grave e contagiosa é tratada com negligência por alguns profissionais da saúde e, d) vigilância sanitária autuou e apreendeu remédios na UBS (unidade básica de saúde) do Campos, sindicância vai ser aberta.
Vi quatro artigos no jornal de minha cidade –
um jornal feito no ambiente da câmara municipal – e que pretendia ser crítico
ao relatar o caso real de uma pessoa com tuberculose. E de fato, o relato é
contundente. Começa com a deformação do conceito de enfermagem (1), passa pela
psicologia no atendimento (2), passa, pela administração (3) e termina “no colo”
da secretaria da saúde que por sua vez abrirá sindicância por outra,
circunstância (remédios vencidos) (4).
No país, se confundiu: trabalho manual, não
manual, analfabetismo funcional, trabalho intelectual ..., com política de
gabinete, política de coletivo, política de igualitarismo, cujo objetivo é
conquistar à força, “uma sociedade administrada, com um assistencialismo
comunista”, isso, quando as classes falantes, não conseguem administrar a
própria vida e se socorrem no serviço público como segurança em meio às
transformações [...].
As soluções encontradas para estas tragédias
que ocorrem na saúde, ao invés de ser computada na (falta de) administração e
que ela cria a forma adequada e realista de atendimento, redescobrindo a
psicologia clínica e, da alma, provisoriamente, é “empurrada” ao funcionário;
àquela pobre criatura que sonhou um bom emprego e estabilidade e agora se sente
algoz da saúde, por isso, como diz a matéria [...], “a cara zangada”. A pessoa
se sente traída em um ambiente onde não há autoridade (natural) e ela, é a
autoridade máxima aos olhos de outras pobres criaturas filhas deste país.
A tragédia (para o paciente e a família) já se
consumou (neste caso relatado no jornal). Ficou claro o caráter do atendimento
do Estado/governo e, do Estado/governo/municipal. Um atendimento deficitário,
não por parte dos atendentes, mas, por parte de algo maior que eles próprios,
que não os coloque na “linha de frente de uma batalha onde os comandantes – ao nível
nacional, estadual, se cercam de privilégios e regalias, mensalões, fóruns e
superfaturamento, enquanto eles sofrem nas trincheiras”.
Quando se atende um paciente nestas condições,
que eram piores, nos últimos dias de Santa Casa, quando os recursos foram
exauridos então, no atendimento público, prevalece mais, a condição psicológica,
soci0lógica, do ambiente do sistema de saúde estatal com todos os seus percalços
e improvisos versus a própria condição inferiorizada do paciente no atendimento
público. Mais ou menos como se lê no livro “O Processo”, de Kafka. Todos,
paciente e funcionário, podem ser afetados.
É uma situação sem solução neste estágio de
desenvolvimento, quando, um “estado/governo – excelentes em burocracia e propaganda
–”, ousam administrar, no mundo
profissional, científico e tecnológico. Obviamente será um erro. E, um erro que
se reproduz no próprio erro que se pretende razoabilizar no contexto mesmo da
política, mas voltada à demonstração e “prova de capacidade”.
Sempre que houver uma decisão séria e de grande
alcance (SUS – sistema único de saúde) – sempre – o que prevalecerá sobre todo
o resto será uma decisão política (5)
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1 –
Fala sobre pessoas despreparadas para o atendimento na saúde [...]. Logo, fala
de algumas pessoas – não todas. Logo, fala de um sistema vulnerável.
2 –
Vulnerabilidade, no sentido em que não há uma cadeia de comando, com autoridade
que seja reconhecida, é apenas, formal. O que indica um desconhecimento do
conceito de autoridade, de outra forma se confunde autoridade com “fardamento”
e “ideologia”.
3 – O
não reconhecimento da autoridade natural, nega funções secundárias na ordem de
governo, e que são primárias na ordem das instituições e que são as funções de
administrador. Como aqueles que atuavam nas multi-nacionais e ainda atuam,
apesar da “quebra do parque industrial brasileiro”.
4 – A sequência
da matéria em questão é por demais, óbvia: do governo para o governo. E o
governo (Secretaria), dá a solução e pune pessoas, como se elas fossem as
responsáveis pela própria incompetência administrativa de governo. Em especial, ao permitir
que “empregados”, assumam responsabilidades, em suprir
deficiências de um sistema de saúde decadente desde o princípio, quando mal conseguem cuidar, na forma de administração
profissional, de um postinho. E recorrem a “conselhos”, como fiscais do poder
público.
5 – O que
fechou a Santa Casa de Misericórdia de Foz do Iguaçu [...], foi um acordo forçado entre
a irmandade (maçonaria) e, o governo municipal (início do primeiro mandato de
PMD e o PT) cujo partido PDT é ligado ao Foro de s. Paulo e este, ao PT. O
objeto em questão era a saúde centralizada nas mãos do governo/estado, conforme
o projeto “mais médicos” (e menos hospitais). A Santa Casa, tinha a sua
disposição um prédio com excelente localização e criado para ser um hospital e com a perspectiva da construção de
outro andar. Até hoje, passados 12 anos do fechamento, os ex-funcionários da
Santa Casa (cerca de 600), ainda não receberam sua indenização. Os prontuários
continuam em Curitiba em um escritório onde se desconta aluguel do que seria o
salário dos funcionários. Da mesma forma “o ferro velho”, pois nisso foi
transformado, o ferro velho, da Santa Casa, também paga aluguel, na mesma
cidade, além dos custos judiciais em Porto Alegre e Curitiba.