17032019 0511h – NoTas – O
EsTado
Eu não devo escrever algo pensando como se
vivesse em um lugar diferente de onde eu vivo. Pois que é nesse meio em que
vivo que minha existência acontece para o bem ou para o mal. No que depender de
mim, minha existência acontece para o bem. Mas, não depende só de mim, mas de
mim, de outras pessoas e do ambiente
cultural em que vivo. Pois que minha arte é a arte da escrita e como tal, meu trabalho, depois, de haver
trabalhado: manualmente e não manualmente, por mais de 35 anos em diversos
serviços, alguns não <<registrados>> e todos eles, fora do Estado e governo, meu trabalho de vocação é o de observador
e estudioso das relações humanas e como o pintor ou escultor, monto retratos escritos da realidade. Relato
os acontecimentos e ou, a ausência de acontecimentos do que eu entendo, como
voltado ao interesse do conjunto da sociedade, para que ela prospere
materialmente e espiritualmente, segundo velhos e consagrados preceitos: “Crescei-vos”.
E nesse ponto as coisas, as coisas humanas,
elas se divergem formidavelmente entre indivíduos, pequenas, médias e grandes
instituições privadas, grandes instituições privadas ligadas ao Estado
conhecidas como monopólios e redes e o fenômeno Estado e seus agentes, nas
autarquias, nos fóruns, nas escolas, hospitais, no governo; os partidos e
sindicatos; nas delegacias, no exército e, nas Receitas e isso tudo, em minha
cidade, como em outras cidades, cada uma com suas características na forma de “ganhar a vida”. Há algumas décadas,
todas as cidades vêm sofrendo uma grave transformação interna, em cada uma
delas e de forma bastante particular, em cada uma delas.
Grosso-modo, essa transformação é regada
por uma ideologia instável de bem-estar-social, considerando que ela se confine
a uma economia hipotética e reduzida à exploração de matérias primas e recursos
naturais e que transforma a economia real
e histórica.
Sendo assim a sociedade é dividia por castas bastante diferenciadas em uma
única cidade; primeiro, entre os funcionários públicos e, os funcionários da
iniciativa privada; segundo, entre os diplomados (diploma de nível superior) e
os não, diplomados. Quando os “diplomados” (4 ou 5 anos de curso), recebem uma
instrução – extra curso – de como se relacionar e ser bem-sucedido na sociedade
(na sua sociedade), segundo regras explicitas de se relacionar com as castas
mais baixas, mantendo-as da melhor forma possível, nos seus cativeiros. E
nisso, se fecha a sociedade comunicante, no nível citadino.
Quando acima, digo que se divergem
formidavelmente, quero dizer que essa é a condição sem a qual uma sociedade não
sobreviveria de forma harmônica e essa é a arte do conjunto da sociedade: se em
uma cidade 100 pessoas fazem o pão, a que fizer o melhor pão, o mais barato e
com a melhor matéria prima e tiver as
melhores máquinas para produzi-lo em quantidade e rapidez e também os melhores profissionais em cada processo
da produção, portanto, uma combinação harmônica, será melhor sucedido. Quanto
isso acontecer e acontece como combustível de um gigantes motor, os outros 99,
naturalmente devem seguir o mesmo curso e se aperfeiçoar e iniciar outro ciclo
de produção baseado no que há de melhor, doravante, falando <<socialmente>>
haverá duas perspectivas:
1 - Apertar um botão e a
<<máquina>>, lhe produz 10 mil pães por dia e entregues por
sistemas eletrônicos e tubulações com ar comprimido; 2 - manter um padrão, que
tenha como objetivo <<conservar>> um modo de vida que não agrida
outras vidas: os direitos de um, vão até o limite dos direitos de outro! Isso o
é, para a pessoa! [Por exemplo, com que estranho direito 15 pessoas do STJ, pôde
ferir os direitos de milhões de pessoas em ver a justiça sendo feita? ].
Mas como esse processo natural é possível, quando coube ao <<Estado>>,
preservar a harmonia da produção e, se aperfeiçoar e se amoldar a ela e suas
variações, quando e ele próprio, – o Estado –, a deforma. E se especializa
a si próprio [como se tivesse vida própria] na arrecadação de dinheiro sem nada produzir? Exatamente como os Reis
arrancavam dinheiro em nome das guerras.
E com isso, criando uma má concorrência
entre “o ganho natural”, diário, sujeito a intempéries, ao clima, a boa
concorrência, doenças .... e, os anseios <<inarredáveis e
crescendo>> de arrecadação mensal do Estado como um todo! Essa <<doença
do Estado>>, Estado composto por pessoas, tem o seu ápice na constituição
quando diz que uma “receita lançada”, tem que ser paga de qualquer jeito! Isso
é autoritarismo na sua forma mais límpida possível.
Recentemente
uma estatal hidrelétrica que atende a dois Países, decidiu construir mais duas
pontes entre esses dois Países, já existem duas: uma usada com frequência,
outra inativa (Barragem e túnel). Um desses dois países, cabe dentro de um, dos
27 estados do outro, quase inabitados. O preço da energia elétrica no país
menor varia de 10 a 100 vezes <<a menor>>, com relação ao país
maior [continental], que cobra tarifas conforme a região no grande País. A
estatal hidrelétrica que atende aos dois países e foi construída com recursos
do País maior, vai usar do seu lucro,
obtido no preço da energia elétrica cobrada ao País maior, para construir as
duas pontes [mais ou menos 600 milhões de dólares]. Na verdade, quem precisa de
construções <<linhas de comunicação entre os Estados e nos
Estados>>, quando ainda são usuais as “passadiças de madeiras [não podem
ser chamadas de pontes] em várias regiões”, altamente arriscadas e mortais ...,
quem precisa de construções é o País maior. Mas, o Estado assim o decidiu e
assim será feito.
Ora, nos referimos acima a outro termo
curioso: <<a sua sociedade>>, dos
diplomados e também afirmamos, que levariam apenas 4 ou 5 anos de estudos,
para serem convencidos, instruídos de como se relacionar com a sociedade e
serem bem-sucedidos e curiosamente, todos eles, tem ligações diretas ou
indiretas com o Estado e são bem-sucedidos, mesmo que nada produzam!
O Estado não
foi criado pela sociedade para ser produtor. A sociedade os elegeu, aos homens
de Estado, e os premiou, com dignidade e honra, para que organizassem <<a
relação>> dos modos de produção evidentemente incluindo as relações
sociais de bem-viver: matérias primas sem o caráter da “preciosidade ou,
esbanjamento”; atenção aos trabalhos aparentemente
desagradáveis [todo e qualquer trabalho pode ser adequado a ser digno];
concorrência, lealdade [à sociedade] e honestidade no sistema de capitais e seu
movimento [circulação de capital a partir de uma cidade, em um dia]; relação
digna entre as cidades, países .... Em fim ..., função de Estado e, diplomacia.
Mas diplomacia com homens vocacionados ao amor pela sociedade e pelos povos em
geral: um Estadista! E jamais um “ideólogo”! O ideólogo tem a sua função, desde
fora de ambientes decisórios ..., até que produza “um pão” de qualidade de
mercado! O Estadista é outra história. Vejamos assim, as classes produtoras e
parcelas da população elegeram FHC para presidente, uma vez e ficou 8 anos. O
elegeram, em parte por conta do “Plano Real” do governo de Itamar Franco, em
parte porque, além de estar próximo de Itamar, FHC representava a figura de um
homem culto que saberia agir como um Estadista, essa era a impressão geral.
Seja como for, não deu certo. Depois elegeram Lula para presidente, uma vez e
ficou 8 anos. O elegeram porque apareceu ao povo, que FHC havia ajudado os
Bancos e algumas empreiteiras em oposição ao mercado produtivo e criando crises
e que na verdade não era estadista era um ideólogo [que poderia criar Lula].
Lula se dizia um operário, quando na verdade não era, havia trabalhado <<simbolicamente>>
na Villares por alguns meses até seguir para a faculdade Hopping, nos EUA e fazer um <<curso de política e
sindicalismo>>, evidentemente sem o símbolo do “diploma”, como oposição
ao <<diploma>>, como oposição ao “Estadista”, que FHC,
definitivamente, não era. Bem, Lula favoreceu mais a empreiteiras e também aos
Bancos, também se opondo ao mercado produtivo geral e seus distribuidores,
afunilando-o mais um pouco! Nenhum desses dois, foram ou tiveram à sua
disposição, ou respeitaram opiniões que não fosse a deles próprios, impingidas
e reforçadas em seus <<coletivos>>. A próxima presidente não foi eleita, propriamente segundo um anseio social legítimo, ela
entrou na presidência e ficou por 6 anos, era o fechamento de uma política de
décadas que não havia dado certo. O principal motivo disso era precisamente a
negação do Estadista e, a prevalência do popular “diploma, no sentido coletivo”.
O Estadista não é fácil de se achar e de se conservar, é mais ou menos como a
função de um padre [verdadeiro], <<dedicação e entrega>>, não por
obrigação! Como seria a função de antigos monarcas <<presos em seus castelos>>,
ou em um diâmetro médio de 50 quilômetros! Desta forma, para participarem do
poder – nas instâncias populares e eletivas, quando têm a impressão de que
elegem alguém todo o tempo desde o menor ao maior cargo, quando não é bem assim
que acontece ..., substituíram, o Estadista, que poderia sim, organizar
eleições legitimas fundadas em programas consequentes, exequíveis, de
conhecimento da sociedade e de curto e longo prazo, substituíram o conceito de Estadista, pelo de <<coletivo>>,
onde se dissimulariam as incompetências. E a progressão deste
<<coletivo>> inevitavelmente levaria ao fortalecimento do Estado em condição de defensiva contra a
<<má vontade social>>, obviamente daquilo que eles seriam e são
incapazes de governar, precisamente por uma questão de princípio, da
concorrência humana. Muito bem explicada desde Aristóteles, Platão a Santa
Igreja Católica, as catedrais e os escolásticos, e que, consequentemente foram combatidas
pelo autoritarismo, o mesmo autoritarismo que gerou o maior morticínio da
humanidade no século XX.
E, como são bem-sucedidos, mesmo sem nada
produzirem (no geral, no meio das autarquias, justiça e governo), acabam por ser a única “referência” das
cidades [uma referência artificial forçada, mas, referência], quando na
realidade são jovens formandos em aprendizado de suas funções, ou maduros
desiludidos e ansiosos por riqueza (...).
Seu “diploma” é dado por alguém, que
recebeu o direito de fazê-lo, por outro, que por sua vez cumpre regulamentos
feitos em ambientes determinados por poderes políticos, que são criados por
outros que não são eletivos, não são públicos e nem populares [nos EUA, são
conhecidos como Deep State].
Podemos dizer que os “diplomas - 4 anos de
escola”, a “indústria da educação”, são determinados previamente, por
<<Ordens>>, as quais, os “diplomados”, ignoram soberbamente! Ou
pensam conhece-los, nos rótulos dos títulos dos cursos das universidades,
negociados com um Ministério da Educação, cujo sentido mesmo do Ministério, é
de desprezo a esses cursos e por isso o desdém a essas oportunas solicitações
da indústria da educação. E nunca, nenhum curso é desaprovado. Pois que, em
grande parte [“da educação”], para os cursos abstratos, virtuais, imateriais, o
são para disciplinar e instruir a reprodução do mesmo, inevitavelmente, rumo a
um totalitarismo, a que dão nomes por vezes curiosos como Globalização no
sentido artificial de puro poder político. Os mais radicais, dão nomes exóticos
como Bolivarianismo etc.
O próximo passo e a parte que atrairia as
classes falantes, ansiosas por se localizarem no espaço e tempo, quando ainda
tem algum resquício de responsabilidade moral, com relação à sociedade, seria
amalgamar como se fossem metais ..., o que foi dito no texto acima, que
poderemos chamar de “primeira parte”, com a realidade social de um município
com realce político estadual, nacional e internacional [por acidente
geográfico]. Mas isso, ficara para um possível próximo artigo. Coisa que não
posso afirmar, devido a espontaneidade com que isso acontece, sem nenhum
vínculo de espécie alguma.
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