domingo, 17 de março de 2019

Notas sobre o Estado



17032019 0511h – NoTas – O EsTado

Eu não devo escrever algo pensando como se vivesse em um lugar diferente de onde eu vivo. Pois que é nesse meio em que vivo que minha existência acontece para o bem ou para o mal. No que depender de mim, minha existência acontece para o bem. Mas, não depende só de mim, mas de mim, de outras pessoas e do ambiente cultural em que vivo. Pois que minha arte é a arte da escrita e como tal, meu trabalho, depois, de haver trabalhado: manualmente e não manualmente, por mais de 35 anos em diversos serviços, alguns não <<registrados>> e todos eles, fora do Estado e governo, meu trabalho de vocação é o de observador e estudioso das relações humanas e como o pintor ou escultor, monto retratos escritos da realidade. Relato os acontecimentos e ou, a ausência de acontecimentos do que eu entendo, como voltado ao interesse do conjunto da sociedade, para que ela prospere materialmente e espiritualmente, segundo velhos e consagrados preceitos: “Crescei-vos”.

E nesse ponto as coisas, as coisas humanas, elas se divergem formidavelmente entre indivíduos, pequenas, médias e grandes instituições privadas, grandes instituições privadas ligadas ao Estado conhecidas como monopólios e redes e o fenômeno Estado e seus agentes, nas autarquias, nos fóruns, nas escolas, hospitais, no governo; os partidos e sindicatos; nas delegacias, no exército e, nas Receitas e isso tudo, em minha cidade, como em outras cidades, cada uma com suas características na forma de “ganhar a vida”. Há algumas décadas, todas as cidades vêm sofrendo uma grave transformação interna, em cada uma delas e de forma bastante particular, em cada uma delas.

Grosso-modo, essa transformação é regada por uma ideologia instável de bem-estar-social, considerando que ela se confine a uma economia hipotética e reduzida à exploração de matérias primas e recursos naturais e que transforma a economia real e histórica.

Sendo assim a sociedade é dividia por castas bastante diferenciadas em uma única cidade; primeiro, entre os funcionários públicos e, os funcionários da iniciativa privada; segundo, entre os diplomados (diploma de nível superior) e os não, diplomados. Quando os “diplomados” (4 ou 5 anos de curso), recebem uma instrução – extra curso – de como se relacionar e ser bem-sucedido na sociedade (na sua sociedade), segundo regras explicitas de se relacionar com as castas mais baixas, mantendo-as da melhor forma possível, nos seus cativeiros. E nisso, se fecha a sociedade comunicante, no nível citadino.



Quando acima, digo que se divergem formidavelmente, quero dizer que essa é a condição sem a qual uma sociedade não sobreviveria de forma harmônica e essa é a arte do conjunto da sociedade: se em uma cidade 100 pessoas fazem o pão, a que fizer o melhor pão, o mais barato e com a melhor matéria prima e tiver as melhores máquinas para produzi-lo em quantidade e rapidez e também os melhores profissionais em cada processo da produção, portanto, uma combinação harmônica, será melhor sucedido. Quanto isso acontecer e acontece como combustível de um gigantes motor, os outros 99, naturalmente devem seguir o mesmo curso e se aperfeiçoar e iniciar outro ciclo de produção baseado no que há de melhor, doravante, falando <<socialmente>> haverá duas perspectivas:



1 - Apertar um botão e a <<máquina>>, lhe produz 10 mil pães por dia e entregues por sistemas eletrônicos e tubulações com ar comprimido; 2 - manter um padrão, que tenha como objetivo <<conservar>> um modo de vida que não agrida outras vidas: os direitos de um, vão até o limite dos direitos de outro! Isso o é, para a pessoa! [Por exemplo, com que estranho direito 15 pessoas do STJ, pôde ferir os direitos de milhões de pessoas em ver a justiça sendo feita? ].



Mas como esse processo natural é possível, quando coube ao <<Estado>>, preservar a harmonia da produção e, se aperfeiçoar e se amoldar a ela e suas variações, quando e ele próprio, – o Estado –, a deforma. E se especializa a si próprio [como se tivesse vida própria] na arrecadação de dinheiro sem nada produzir? Exatamente como os Reis arrancavam dinheiro em nome das guerras.

E com isso, criando uma má concorrência entre “o ganho natural”, diário, sujeito a intempéries, ao clima, a boa concorrência, doenças .... e, os anseios <<inarredáveis e crescendo>> de arrecadação mensal do Estado como um todo! Essa <<doença do Estado>>, Estado composto por pessoas, tem o seu ápice na constituição quando diz que uma “receita lançada”, tem que ser paga de qualquer jeito! Isso é autoritarismo na sua forma mais límpida possível.



Recentemente uma estatal hidrelétrica que atende a dois Países, decidiu construir mais duas pontes entre esses dois Países, já existem duas: uma usada com frequência, outra inativa (Barragem e túnel). Um desses dois países, cabe dentro de um, dos 27 estados do outro, quase inabitados. O preço da energia elétrica no país menor varia de 10 a 100 vezes <<a menor>>, com relação ao país maior [continental], que cobra tarifas conforme a região no grande País. A estatal hidrelétrica que atende aos dois países e foi construída com recursos do País maior, vai usar do seu lucro, obtido no preço da energia elétrica cobrada ao País maior, para construir as duas pontes [mais ou menos 600 milhões de dólares]. Na verdade, quem precisa de construções <<linhas de comunicação entre os Estados e nos Estados>>, quando ainda são usuais as “passadiças de madeiras [não podem ser chamadas de pontes] em várias regiões”, altamente arriscadas e mortais ..., quem precisa de construções é o País maior. Mas, o Estado assim o decidiu e assim será feito.   



Ora, nos referimos acima a outro termo curioso: <<a sua sociedade>>, dos diplomados e também afirmamos, que levariam apenas 4 ou 5 anos de estudos, para serem convencidos, instruídos de como se relacionar com a sociedade e serem bem-sucedidos e curiosamente, todos eles, tem ligações diretas ou indiretas com o Estado e são bem-sucedidos, mesmo que nada produzam!



O Estado não foi criado pela sociedade para ser produtor. A sociedade os elegeu, aos homens de Estado, e os premiou, com dignidade e honra, para que organizassem <<a relação>> dos modos de produção evidentemente incluindo as relações sociais de bem-viver: matérias primas sem o caráter da “preciosidade ou, esbanjamento”; atenção aos trabalhos aparentemente desagradáveis [todo e qualquer trabalho pode ser adequado a ser digno]; concorrência, lealdade [à sociedade] e honestidade no sistema de capitais e seu movimento [circulação de capital a partir de uma cidade, em um dia]; relação digna entre as cidades, países .... Em fim ..., função de Estado e, diplomacia. Mas diplomacia com homens vocacionados ao amor pela sociedade e pelos povos em geral: um Estadista! E jamais um “ideólogo”! O ideólogo tem a sua função, desde fora de ambientes decisórios ..., até que produza “um pão” de qualidade de mercado! O Estadista é outra história. Vejamos assim, as classes produtoras e parcelas da população elegeram FHC para presidente, uma vez e ficou 8 anos. O elegeram, em parte por conta do “Plano Real” do governo de Itamar Franco, em parte porque, além de estar próximo de Itamar, FHC representava a figura de um homem culto que saberia agir como um Estadista, essa era a impressão geral. Seja como for, não deu certo. Depois elegeram Lula para presidente, uma vez e ficou 8 anos. O elegeram porque apareceu ao povo, que FHC havia ajudado os Bancos e algumas empreiteiras em oposição ao mercado produtivo e criando crises e que na verdade não era estadista era um ideólogo [que poderia criar Lula]. Lula se dizia um operário, quando na verdade não era, havia trabalhado <<simbolicamente>> na Villares por alguns meses até seguir para a faculdade Hopping, nos EUA e fazer um <<curso de política e sindicalismo>>, evidentemente sem o símbolo do “diploma”, como oposição ao <<diploma>>, como oposição ao “Estadista”, que FHC, definitivamente, não era. Bem, Lula favoreceu mais a empreiteiras e também aos Bancos, também se opondo ao mercado produtivo geral e seus distribuidores, afunilando-o mais um pouco! Nenhum desses dois, foram ou tiveram à sua disposição, ou respeitaram opiniões que não fosse a deles próprios, impingidas e reforçadas em seus <<coletivos>>.  A próxima presidente não foi eleita, propriamente segundo um anseio social legítimo, ela entrou na presidência e ficou por 6 anos, era o fechamento de uma política de décadas que não havia dado certo. O principal motivo disso era precisamente a negação do Estadista e, a prevalência do popular “diploma, no sentido coletivo”. O Estadista não é fácil de se achar e de se conservar, é mais ou menos como a função de um padre [verdadeiro], <<dedicação e entrega>>, não por obrigação! Como seria a função de antigos monarcas <<presos em seus castelos>>, ou em um diâmetro médio de 50 quilômetros! Desta forma, para participarem do poder – nas instâncias populares e eletivas, quando têm a impressão de que elegem alguém todo o tempo desde o menor ao maior cargo, quando não é bem assim que acontece ..., substituíram, o Estadista, que poderia sim, organizar eleições legitimas fundadas em programas consequentes, exequíveis, de conhecimento da sociedade e de curto e longo prazo, substituíram o conceito de Estadista, pelo de <<coletivo>>, onde se dissimulariam as incompetências. E a progressão deste <<coletivo>> inevitavelmente levaria ao fortalecimento do Estado em condição de defensiva contra a <<má vontade social>>, obviamente daquilo que eles seriam e são incapazes de governar, precisamente por uma questão de princípio, da concorrência humana. Muito bem explicada desde Aristóteles, Platão a Santa Igreja Católica, as catedrais e os escolásticos, e que, consequentemente foram combatidas pelo autoritarismo, o mesmo autoritarismo que gerou o maior morticínio da humanidade no século XX.



E, como são bem-sucedidos, mesmo sem nada produzirem (no geral, no meio das autarquias, justiça e governo), acabam por ser a única “referência” das cidades [uma referência artificial forçada, mas, referência], quando na realidade são jovens formandos em aprendizado de suas funções, ou maduros desiludidos e ansiosos por riqueza (...).

Seu “diploma” é dado por alguém, que recebeu o direito de fazê-lo, por outro, que por sua vez cumpre regulamentos feitos em ambientes determinados por poderes políticos, que são criados por outros que não são eletivos, não são públicos e nem populares [nos EUA, são conhecidos como Deep State].

Podemos dizer que os “diplomas - 4 anos de escola”, a “indústria da educação”, são determinados previamente, por <<Ordens>>, as quais, os “diplomados”, ignoram soberbamente! Ou pensam conhece-los, nos rótulos dos títulos dos cursos das universidades, negociados com um Ministério da Educação, cujo sentido mesmo do Ministério, é de desprezo a esses cursos e por isso o desdém a essas oportunas solicitações da indústria da educação. E nunca, nenhum curso é desaprovado. Pois que, em grande parte [“da educação”], para os cursos abstratos, virtuais, imateriais, o são para disciplinar e instruir a reprodução do mesmo, inevitavelmente, rumo a um totalitarismo, a que dão nomes por vezes curiosos como Globalização no sentido artificial de puro poder político. Os mais radicais, dão nomes exóticos como Bolivarianismo etc.





O próximo passo e a parte que atrairia as classes falantes, ansiosas por se localizarem no espaço e tempo, quando ainda tem algum resquício de responsabilidade moral, com relação à sociedade, seria amalgamar como se fossem metais ..., o que foi dito no texto acima, que poderemos chamar de “primeira parte”, com a realidade social de um município com realce político estadual, nacional e internacional [por acidente geográfico]. Mas isso, ficara para um possível próximo artigo. Coisa que não posso afirmar, devido a espontaneidade com que isso acontece, sem nenhum vínculo de espécie alguma.

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